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CSN raspa o tacho do mercado de cimento

  • 27/10/2010
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Benjamin Steinbruch cansou de bater de frente em muros de cimento. Diante das fracassadas tentativas de comprar uma indústria cimenteira de médio a grande porte a mais recente delas foi o Grupo João Santos , a CSN vai rezar em outra cartilha. Sem opções no andar de cima do mercado, Steinbruch surge como um potencial consolidador de ativos menos cotados que, uma vez somados, poderão fazer alguma diferença na balança. A operação “raspa do tacho” passa pela investida sobre indústrias de alcance regional que estão emparedadas pela consolidação do setor. Em sua maioria, são empresas de produção limitada, fôlego financeiro restrito, mas com plantas industriais modernas e, sobretudo, mercado cativo em seus estados. Enquadram-se neste perfil companhias como a cearense Apodi e a catarinense Cimento Supremo. Sem uma aquisição de peso, a CSN deverá acelerar também os planos de expansão pelo greenfield, que, até agora, vêm caminhando a passos de quelônio, no melhor estilo da casa vide a promessa de construção de uma nova usina siderúrgica em Volta Redonda, que Benjamin Steinbruch anuncia repetidamente a cada janeiro. A companhia tem um projeto para a construção de cinco fábricas de cimento, cada uma com capacidade para 1,5 milhão de toneladas por ano. Duas unidades ficarão em Minas Gerais e atenderão a s regiões Sul e Sudeste. As demais serão instaladas em Goiás ou Tocantins, Amazonas e Pernambuco. O consenso na CSN é que a empresa só se tornará um player realmente com petitivo no setor se aumentar significativamente a escala de produção e, ao mesmo tempo, montar uma estrutura industrial em diversos estados. Daí a importância de combinar a aquisição de empresas regionais com a construção de fábricas no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Desta forma, a companhia terá uma cobertura nacional de produção e distribuição, o que, segundo estudos preliminares, reduzirá o custo logístico em até 60%. Se todas as novas plantas industriais saírem do papel, a CSN pulará para uma produção anual em torno de 7,5 milhões de toneladas sem contabilizar eventuais aquisições. Superará a Camargo Corrêa, que tem cerca de 10% de market share, e se tornará o terceiro maior produtor nacional de cimento. Depois, é só partir para a galera e festejar o IPO.

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