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Petrópolis chama Schincariol para um duelo

  • 24/09/2010
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O mercado cervejeiro está prestes a assistir a um duelo que periga ficar conhecido como o “clássico dos vitupérios”. O epíteto não diz respeito a  voracidade dos adversários, mas sim a  insistência em denunciar-se mutuamente a  Receita Federal como sonegadores. De um lado, a Petrópolis; do outro, a Schincariol. O empresário Walter Faria, dono da cervejaria fluminense, pretende construir quatro fábricas nos próximos três anos. A meta é aumentar a capacidade de produção da Petrópolis, dona da marca Itaipava, de 2,2 bilhões para 3,5 bilhões de litros por ano. E o que a Schincariol tem a ver com essa história? Faria aponta todas as suas armas na direção de Itu. Tem repetido a fornecedores, distribuidores, credores que, com as novas fábricas, vai desbancar a Schincariol do posto de segunda maior cervejeira do país até 2013. Atualmente, o market share da Petrópolis é de aproximadamente 9,5%. A participação da concorrente gira em torno dos 11,5%. A disputa comprova o dístico popular de que o ex-parceiro é sempre o pior inimigo. Por muito anos, Walter Faria foi um dos maiores distribuidores da Schincariol. Sempre foi visto pelo mercado como um dos arquitetos da heterodoxa política fiscal da companhia. A ruptura entre Faria e os Schincariol foi traumática e, desde então, o relacionamento entre ambos é dos mais belicosos, repleto de acusações e suspeições de parte a par te. No início deste ano, surgiram na mídia informações de que a Schincariol estaria comprando a Petrópolis. Faria não tem dúvidas de onde partiu o disparo. Ao todo, Walter Faria vai sacar do coldre cerca de R$ 500 milhões. As novas fábricas da Petrópolis serão instaladas na Bahia, Maranhão, Amazonas e Rio Grande do Sul, o que tornará a logística da cervejaria capaz de atender a qualquer mercado do país. Com os novos parques fabris, a diferença de produção para a Schincariol cairá de 2,3 bilhões para um bilhão de litros. Faria aposta que conseguirá compensar este hiato e ultrapassar a concorrente com os investimentos na estrutura logística e o aumento do número de distribuidores.

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