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Acervo RR
A SAB Miller quer tomar uma Nova Schin. A cervejaria sul-africana retomou as conversações para a compra da Schincariol. A nova rodada de negociações teve início no carnaval. A multinacional teria se comprometido a apresentar uma oferta em abril. Em vez da compra pura e simples da empresa, a SAB Miller acena com um novo tipo de acordo. Além do pagamento em dinheiro, os atuais controladores da Schincariol teriam uma participação de até 10% no capital do grupo sul-africano. Adriano Schincariol, por sua vez, permaneceria por um período no comando da companhia e, depois, ganharia um assento no Conselho de Administração da SAB Miller. A nova investida sobre a empresa de Itu é uma reação dos sul-africanos a frustrada tentativa de compra dos ativos da Femsa no setor cervejeiro, incluindo sua operação no Brasil. Os mexicanos rechaçaram a proposta da SAB Miller e acabaram fechando negócio com a Heineken. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Schincariol não quis se pronunciar sobre a informação. O recente plano de investimentos aprovado pelo Conselho de Administração da Sab Miller prevê a compra de uma empresa em um país emergente. Só faltou citar nominalmente o Brasil e a Schincariol. Entre os BRICs, a empresa já tem operações na Rússia, andia e China. A única ausência é a letra “B”. Depois da venda dos ativos da Femsa para a Heineken, as opções praticamente secaram. A Schincariol é a última possibilidade de comprar uma grande cervejaria, com market share acima de 10%, estrutura industrial em diversos estados e uma operação de logística que cobre praticamente todo o território nacional. A companhia de Itu tem 13 fábricas e mais de 300 distribuidores. O desembarque no Brasil é visto pelos sul-africanos como um movimento fundamental em sua estratégia geoeconômica. Entre as três maiores fabricantes de cerveja do mundo, é a única que não está presente no país. Trata-se da grande lacuna no mapa do grupo na América Latina. A cervejaria está na Colômbia, Equador e Peru e em mercados periféricos, como Panamá, Honduras e El Salvador. A região, mesmo sem o Brasil, já tem um peso importante na operação mundial da SAB Miller. É responsável por quase 30% do faturamento global.
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