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Pfizer busca duas pílulas do crescimento no Brasil

  • 8/02/2010
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É bom o BNDES correr caso queira levar adiante o projeto de criação de um grande laboratório farmacêutico de controle nacional. No que depender da Pfizer, o número de empresas brasileiras no setor vai cair. Após perder a Neo Química para a Hypermarcas, o laboratório norte-americano vem mantendo conversações com a Teuto e a Biolab, pertencente aos irmãos Paulo e Cleiton Marques. A Pfizer tem apetite de sobra para fechar a compra das duas empresas farmacêuticas, até porque enxerga enorme complementaridade entre as linhas de produtos de ambas. Com a dupla investida, o grupo passaria a ter uma receita superior a R$ 4 bilhões no país. Além da dosagem extra no faturamento, há uma forte motivação estratégica, principalmente no que diz respeito a  Teuto. A aquisição permitiria a entrada da multinacional no anabolizado segmento de genéricos no Brasil. A Pfizer, no entanto, parece ter uma queda por negócios complicados, vide a frustrada tentativa de compra da Neo Química, que escapou entre seus dedos aos 46 minutos do segundo tempo. A aquisição da Biolab e da Teuto depende de tratativas complexas. No caso do Biolab, o interesse esbarra na resistência dos irmãos Marques. No ano passado, a Pfizer teria apresentado uma oferta pela empresa, que foi rechaçada pelos dois sócios. Paulo e Cleiton Marques repetem a quem quiser ouvir que a companhia não está a  venda. Talvez falte um complemento na frase: “não está a  venda por enquanto”. O Biolab é um laboratório farmacêutico prestes a sair do casulo e se tornar um dos grandes do setor. Para os próximos dois anos, está prevista uma série de lançamentos ? no momento, a empresa desenvolve quase 30 novos medicamentos. Ou seja: se tudo correr nos trilhos, a companhia terá uma significativa valorização até 2012. A Biolab fechou 2009 com vendas superiores a R$ 500 milhões. A expectativa é que este número passe dos R$ 700 milhões em dois anos. Com relação a  Teuto, o problema não está na decisão de vender ou não. Há pelo menos quatro anos, seus acionistas buscam um sócio estratégico ou até mesmo um novo controlador para a companhia. Por isso mesmo a Pfizer terá de enfrentar uma concorrência acirrada. Mais uma vez, são grandes as chances de que seus caminhos se cruzem com o da Hypermarcas. A compra da Teuto é um projeto antigo do empresário João Alves de Queiroz Filho.

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