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Cosan e Shell rasgam a bandeira da Esso no Brasil

  • 9/02/2010
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O seu “Repórter Cosan”, testemunha ocular da história, informa: uma das mais tradicionais marcas do mercado brasileiro de combustíveis está com os dias contados. A associação entre Cosan e Shell deverá acelerar a extinção da bandeira Esso no país. Rubens Ometto, que comprou os postos da Exxon no Brasil em 2008, está inclinado a não renovar o contrato de cessão da marca. O acordo, com vencimento em 2014, prevê a prorrogação por mais cinco anos. Eram outros tempos: Ometto ainda não havia entrado na concha da Shell. O empresário não estaria disposto nem mesmo a esperar pelo fim do atual contrato para extinguir a marca Esso no país. A ideia seria converter todos os postos da Cosan a  bandeira Shell até 2012. A metamorfose deverá começar pela rede paulista Petrosul, comprada por Ometto há cerca de dois meses. Curiosamente, alguns postos da empresa já estão sendo preparados para receber o figurino da Esso. As condições definitivas do acordo entre Cosan e Shell serão acertadas em até 180 dias, a contar de 1 de fevereiro. A princípio, não há qualquer cláusula de exclusividade de bandeira para os postos que já pertencem a  indústria sucroalcooleira. Ainda assim, a Cosan enxerga uma série de motivos para precipitar a conversão da sua rede retalhista e decretar o fim da marca Esso no Brasil. O primeiro e mais óbvio é que não faz sentido a Shell, em parceria com Ometto, investir em uma marca que sempre foi uma das suas maiores concorrentes no mercado brasileiro, ainda que a Exxon não esteja mais por de trás do negócio. Da mesma forma, não parece razoável que a nova companhia aposte suas fichas na expansão de uma bandeira de destino incerto a partir de 2014. Não há qualquer garantia de renovação do contrato de uso da marca. Além disso, a relação comercial entre a Cosan e a Exxon não é exatamente um mar de rosas. Os norte-americanos impõem uma série de amarras contratuais. Existem ainda fortes razões comerciais para a Cosan acelerar a troca de bandeira. Não obstante toda a história da Esso no país, a marca Shell tem reconhecidamente maior apelo no mercado brasileiro. Além disso, bastou pouco mais de um ano de operação para Rubens Ometto identificar alguns focos de rejeição a  antiga bandeira da Exxon. Em algumas regiões do país, a marca Esso acabou maculada por episódios de adulteração de combustíveis feita por distribuidores e revendedores.

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