Bombril arranha sua governança com palha de aço

  • 5/09/2014
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Detentor de um extenso cartel de embates corporativos, nos quais já levou a  lona empresas como Camargo Corrêa/Alpargatas e Paranapanema, o investidor Silvio Tini está de volta ao centro do octagon. O adversário da vez é Ronaldo Ferreira Sampaio, dono da Bombril. Conhecido como um dos mais renhidos ativistas do mercado de capitais brasileiro e dono de 5% da companhia, Tini está a  frente de um grupo de investidores que tem feito duros questionamentos a  gestão da fabricante de produtos de limpeza. Por ora, a contenda ocorre entre as quatro paredes da Bombril. No entanto, Tini não costuma poupar munição em embates societários. De acordo com o dirigente de um grande fundo acionista da companhia, o investidor e demais minoritários já discutem as próximas medidas a serem tomadas, seja na esfera administrativa, leia-se um requerimento a  CVM, seja no âmbito jurídico. Os minoritários exigem do sócio controlador maior transparência na administração da empresa. Segundo outro acionista ouvido pelo RR, a percepção é de que o presidente da Bombril, Marcos Scaldelai, é uma figura decorativa. Mesmo no Conselho de Administração, Ferreira Sampaio seguiria dando as cartas na gestão executiva. Segundo um dos investidores ouvidos pelo RR, quando Scaldelai assumiu a presidência da Bombril, em setembro do ano passado, já encontrou sobre sua mesa, com todos os pontos e vírgulas, o novo plano estratégico da empresa que pouco depois ele viria a “assinar”. Línguas ainda mais ferinas afirmam que o ex-presidente da companhia, Antônio Marchioni, muito ligado a Ferreira Sampaio e hoje consultor informal, manda mais do que o próprio Scaldelai. Os acionistas questionam também a recente emissão de debêntures conversíveis feita pela Bombril, para muitos uma manobra com o objetivo de diluir a presença dos minoritários. Os investidores pressentem que esta estrada levará, em algum momento, ao fechamento de capital da companhia.

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