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Credores da Imcopa abrem guerra pela venda do controle

  • 28/07/2014
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Há uma rebelião em curso na Imcopa, uma das maiores produtoras de soja do Brasil. Os principais credores, entre os quais figuram HSBC, Credit Suisse e ING, estariam pressionando o empresário Frederico Busato Junior a vender a companhia paranaense. Na visão dos bancos, a transferência do controle para um grande grupo do setor, com maior escala de produção e notória capacidade de captar recursos no exterior, é condição sine qua non para a empresa sair da recuperação judicial e quitar sua dívida, superior a R$ 1 bilhão. Os próprios credores vestiram o figurino de adviser. Segundo o executivo de um dos bancos envolvidos na operação, haveria conversações com as norte-americanas ADM e Cargill. Ressalte- se que, no fim do ano passado, a Penido Holdings, companhia de investimento criada pelos fundadores da construtora Serveng Civilsan, apresentou uma proposta pelo controle da Imcopa. Na ocasião, o grupo chegou a esboçar um plano para a quitação dos passivos incluídos na recuperação judicial, da ordem de R$ 300 milhões. No entanto, as tratativas não andaram. Além de óbices de ordem jurídica e financeira, a operação esbarrou na recusa dos credores, que, a quela altura, já defendiam a venda da Imcopa para uma trading agrícola puro sangue. A recuperação judicial da Imcopa se desenrola sobre terrenos pantanosos. As relações entre os bancos e Frederico Busato Junior se deterioraram muito em razão dos sinuosos negócios entre o empresário e um personagem – chave de todo este enredo: Walter Faria, dono da Petrópolis. Desde 2008, a cervejaria e a Imcopa mantém uma parceria cercada de névoa. Oficialmente, as duas empresas sempre sustentaram ter apenas um acordo comercial para o fornecimento de soja, utilizado pela Petrópolis na produção de bebidas. No entanto, os bancos acusam Faria de ser acionista oculto da Imcopa e, portanto, corresponsável pelo passivo da companhia. Desde o ano passado, travam uma batalha jurídica contra o empresário, de quem cobram o pagamento de aproximadamente R$ 530 milhões em dívidas da processadora de soja. A temperatura subiu ainda mais no início do ano, quando a Petrópolis anunciou o arrendamento das duas plantas industriais da Imcopa. Na visão dos bancos, a operação é mais uma evidência de que Faria seria muito mais do que um mero parceiro comercial da empresa. Entre os credores da Imcopa também há articulações para a suspensão do contrato de arrendamento das fábricas a  Petrópolis. A avaliação é que a simples presença de Walter Faria no negócio inibe o interesse dos candidatos a  compra da companhia.

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