Fundos de pensão abastecem o tanque da Fras-le

  • 4/07/2014
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Dois meses após puxar o freio de mão e suspender a oferta de ações da Frasle, David Randon tateia com o pé esquerdo em busca de um acelerador. O herdeiro e presidente do Grupo Randon está debruçado sobre alternativas para a capitalização da fabricante de autopeças. De acordo com fontes ligadas a  Fras-le, o caminho natural seria um aporte de capital na companhia. A operação passaria necessariamente pela Previ e pela Petros, que, juntas, detêm mais de 30% do capital ordinário da Fras-le. Segundo as mesmas fontes, a injeção de recursos poderia chegar a R$ 150 milhões, praticamente a metade do valor que a companhia esperava captar com a emissão de títulos em Bolsa – algo em torno de R$ 290 milhões. Neste caso, deve pesar, e muito, a boa relação que a família, em especial o patriarca Raul Randon, sempre manteve com os fundos de pensão. A maior parcela dos recursos será usada para bancar o plano de expansão da Fras-le. Os investimentos previstos para este ano beiram os R$ 50 milhões. Um dos eixos principais da estratégia da companhia é o aumento da sua produção no exterior. No ano passado, a Fras-le iniciou a produção de lonas de freio nos Estados Unidos e já há planos de ampliação da fábrica, localizada na cidade de Prattville, no Alabama. Os Randon não têm do que se queixar. Apesar dos solavancos da indústria automobilística, a Fras-le vem apresentando um desempenho favorável. No primeiro trimestre, registrou um lucro de R$ 11 milhões, quase o dobro do valor obtido entre janeiro e março de 2013. Em contrapartida, a dívida líquida da empresa cresceu 26% no mesmo período, o que justifica uma política mais conservadora. O aporte de capital permitiria aos Randon tocar a expansão da Fras-le sem que o ponteiro do passivo avançasse ainda mais no velocímetro.

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