Fnac reescreve suas amareladas páginas no Brasil

  • 23/01/2014
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A Fnac vai redesenhar seu modelo de atuação no mercado brasileiro. Insatisfeito com a performance da operação, o grupo deverá partir para um novo conceito de loja no país. Os franceses estão dispostos a voltar no tempo. A ideia é ter estabelecimentos de tamanho menor, que ficariam mais concentrados na venda do bom e velho livro de papel em detrimento de equipamentos de tecnologia ou do segmento de áudio e vídeo. Ou seja: a empresa vai buscar no passado inspiração para o seu futuro no país, hoje incerto. Significa dizer que, ao menos no Brasil, a Fnac quer ser mais livraria do que loja de eletroeletrônicos. Guardadas as devidas proporções, trata-se de um movimento similar ao que a Lojas Americanas fez nos últimos anos, quando retrocedeu em seu projeto de diversificação, abriu mão da pretensão de ser uma espécie de “Walmart tupiniquim” e se reaproximou do tradicional formato de lojas dos anos 80. Procurada pelo RR, a Fnac confirmou que está testando novos formatos de lojas na França. Disse que, “por enquanto”, não há nada confirmado para o Brasil. Não quer dizer que a Fnac vai virar um sebo no Brasil. A rede manteria um portfólio razoavelmente sortido, mesmo porque a venda de eletroeletrônicos representa uma fatia significativa do seu faturamento. No entanto, os franceses consideram inviável manter o atual nível de diversificação diante da impossibilidade de concorrer com as grandes redes de varejo do país – ainda que o seu foco seja a venda de equipamentos de maior valor agregado. Mesmo que sejam obrigados a abrir mão de uma parcela de receita no curto prazo, os franceses entendem que esta estratégia poderá alavancar sua operação no Brasil em um segundo momento. Se, na França, a rede de livrarias é um dos principais negócios do bilionário François-Henri Pinault, dono do grupo Kering, no mercado brasileiro a Fnac não passa de uma nota de rodapé. Em 13 anos no país, jamais teria batido as metas de rentabilidade estipuladas pelos franceses. No ano passado, teria amargado uma queda de 15% em suas vendas no país. Diversas de suas 11 livrarias no Brasil estariam operando no vermelho há pelo menos três anos. Não por acaso, desde o início de 2012, data da última inauguração, os franceses não falam mais sobre abertura de lojas ou planos de expansão no mercado brasileiro.

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