China Construction junta seus tijolos no Brasil

  • 13/10/2015
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Nem Camargo Corrêa, nem OAS, tampouco Engevix e muito menos UTC. A primeira empreiteira asiática disposta a aportar nessas latitudes quer somar pequenas unidades para se tornar grande no setor. A China State Construction Engineering Corporation (CSCEC) analisa a consolidação de empresas menores para disputar um mercado em que os principais players estão impedidos ou debilitados. A CSCEC não é uma aspirante qualquer. Trata-se da primeira colocada no ranking da revista World Construction e sob qualquer critério é uma das cinco maiores empreiteiras do mundo, com filiais em 29 países, 230 mil empregados e faturamento anual da ordem de US$ 130 bilhões. No ano passado, deu as caras pela América do Sul, fechando o acordo para execução das obras dos aquedutos Paraná-Estacas e Mandisovi Chico, na província de Entre Ríos, localizada ao norte de Buenos Aires. No Brasil, ainda está invisível. A CSCEC já delegou mandato para que sejam realizados os estudos sobre as companhias com perfil adequado. Elas devem ser de médio e pequeno portes, ter especializações complementares, notória habilitação técnica e possibilidade de aquisição a preços baixos. Dependendo da combinação dessas variáveis, as compras podem ser duas, três ou mais. Os primeiros alvos seriam as baianas GDK e Setel Construtora, empresas que poderiam ser adquiridas na bacia das almas, ao valor de aproximadamente US$ 150 milhões. Com a compra das duas empreiteiras, a CSCEC teria uma qualificação equivalente à que a Odebrecht tem hoje no Brasil. A iniciativa iria ao encontro dos planos da Petrobras, que vem estimulando o ingresso de empresas estrangeiras para disputar o fechado mercado brasileiro. Procuradas pelo RR, GDK e Setel preferiram não se pronunciar sobre o assunto. A GDK, que se enrolou com o episódio do Land Rover e foi citada na operação Lava Jato, encontra-se em processo de levantamento da recuperação judicial e está negociando sua parte boa (acervo técnico, equipamentos e estrutura operacional). Os passivos ficariam na antiga companhia. Essa nova empresa é que seria negociada com os chineses. No pacote iria também um estaleiro, localizado na Bahia, com 80% das instalações terrestres já construídas e voltado para a fabricação de módulos e plataformas offshore. Os chineses estão atentos às possibilidades de ganhos em estaleiros. Para se ter uma ideia, uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, que será licitada pela Petrobras ao preço de US$ 1,6 bilhão, teria todo o investimento pago em três anos considerando-se 8% de lucro líquido. A Setel, por sua vez, tem prestação técnica em praticamente todos os segmentos da infraestrutura: obras aeroportuárias, rodovias e saneamento. A empresa tem atividade inteiramente complementar à da GDK. Caso os contatos sigam bom rumo, o escritório central da CSCEC será instalado no Rio de janeiro. O mercado de obras identificadas para as quais os chineses estariam aptos soma mais de US$ 20 bilhões. A título de qualificação, os megaempreiteiros construíram o “Ninho de Pássaro”, estádio olímpico de Pequim, e as principais instalações para os últimos Jogos em Londres.

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