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Acervo RR
Rubens Ometto e Shell estão pintados para uma batalha aérea. A Raízen vai investir cerca de R$ 200 milhões com o objetivo de expandir suas operações na distribuição de querosene de aviação. Trata-se de um desembolso que não estava nos planos do grupo. O investimento quase compulsório é consequência da recente decisão do Cade, que obrigou a companhia a vender uma série de ativos no setor. A operação se tornou um ovo da serpente. A Raízen acabou incubando dentro de casa o crescimento de seu maior concorrente. A Air BP, que comprou as operações forçosamente colocadas na vitrine pelo Cade, pulou de 10% para quase 20% das vendas de querosene de aviação no país. Encostou de vez na própria Raízen, vice do ranking, com aproximadamente 25% de market share. A obrigatoriedade de venda dos ativos e a consequente expansão da Air BP caíram como um galão de combustível incandescente sobre os planos de crescimento da Raízen. A empresa não conseguiu reduzir a distância da gigante BR, dona de 70% do mercado, e ainda viu um concorrente de peso crescer no seu retrovisor. Ainda que a contragosto, Ometto e Shell se viram obrigados a colocar a mão no bolso e reagir. Até porque a própria Air BR já sinalizou que não se contentará com a compra das instalações da Raízen. Os britânicos teriam reservado mais R$ 100 milhões para ampliar sua estrutura de distribuição no Brasil. Hoje, a empresa está presente em 18 dos maiores aeroportos do Brasil – terminais que concentram 70% das vendas de querosene de aviação do mercado nacional.
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