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Destaque
A mudança da meta fiscal de 2025 custou ao ministro Fernando Haddad não apenas o abalo da sua credibilidade junto ao mercado, mas também um desgaste na relação com a ala política do Palácio do Planalto. As discussões em torno do tema provocaram fissuras entre as duas partes. Auxiliares diretos do presidente Lula, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defenderam que o Ministério da Fazenda não divulgasse, desde já, a revisão da meta de 2025. A alegação é que o governo criaria um fato consumado, com sérias implicações políticas e econômicas, por preciosismo e um “excesso de transparência”. Para a banda política do governo, Haddad deveria ter feito como todos os seus antecessores: deixar o assunto em banho-maria até o fim de 2025 e perseguir um melhor resultado no decorrer do próximo ano. O anúncio do descumprimento da meta se daria somente quando fosse irreversível, e não ao sabor das previsões dos analistas do mercado, evitando uma antecipação hiperbólica da quebra do compromisso fiscal. No entanto, Haddad e seus assessores ganharam a queda de braço intramuros. E cometeram seu “sincericídio”. O câmbio não perdoou as boas, mas ingênuas, intenções de Haddad.
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