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A escolha do novo CEO da Kepler Weber, Piero Abbondi, deixou os fundos de investimento que coabitam o capital da companhia bastante intrigados. Os minoritários da fabricante de silos se perguntam se o Conselho de Administração não poderia ter tido o cuidado de optar por outro nome, nem que fosse para evitar as interpretações enviesadas que agora circulam entre os investidores. Até o início deste mês, Abbondi comandava a operação sul-americana daGSI, controlada pela AGCO – gigante mundial do setor de máquinas e equipamentos agrícolas.
Trata-se exatamente do mesmo que grupo que, no ano passado, lançou uma oferta pública para comprar os 34% da Kepler Weber pertencentes ao Banco do Brasil e à Previ. A proposta seria posteriormente estendida aos demais acionistas, mas não deu tempo. A operação foi questionada pela CVM, e a AGCO retirou a proposta, no fim de 2017.
O enredo, no entanto, não se encerraria neste ponto. Nos meses seguintes, a ação da Kepler Weber passou a ser alvo de inusitadas negociações. Fundos de investimento iniciaram sucessivas operações cruzadas de compra e venda que derrubaram a cotação – ver RR edição 10 de maio. Desde janeiro a Kepler Weber perdeu mais de 50% do seu valor de mercado, tornando-se uma presa vulnerável para um take over hostil. Os minoritários esperam que o Cavalo de Troia já não esteja dentro de casa.
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