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Agrinvest atravessa uma entressafra de boas notícias

  • 11/09/2014
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A esta altura, o investidor norte-americano Robert Ellis deve estar se gabando ainda mais da decisão de deixar o solo brasileiro. Dono do fundo Ridgestone Capital e um dos mais agressivos traders do mercado agrícola norte-americano, Ellis livrou-se de uma batata quente ao vender a Agrinvest. Deixou o escaldante tubérculo – leia-se recorrentes prejuízos e uma dívida de complexa negociação – no colo de Roberto Martins e dos demais investidores que assumiram o controle da proprietária de terras e produtora de grãos há cerca de dois anos. Desde então, Martins e seus parceiros já gastaram praticamente metade desse tempo tentando encontrar um sócio capaz de revigorar a empresa e bancar os planos de expansão engavetados após a saída de Ellis. Até agora, no entanto, acumulam apenas frustradas negociações, as mais recentes com as tradings japoneses Mitsui e Mitsubishi. A Agrinvest já investiu mais de US$ 100 milhões, mas, quase uma década após a sua criação, segue longe do breakeven. Um antigo parceiro do fundo Ridgestone Capital no Brasil, que participou do negócio na partida, lembra ao RR que, pelas projeções feitas pelos norte-americanos, a esta altura a receita da empresa estaria próxima de R$ 1 bilhão. Não se sabe ao certo que adubo Robert Ellis usou em suas estimativas, mas o fato é que esses números jamais foram colhidos. Neste ano, a venda de grãos, notadamente soja e milho, deverá render a  Agrinvest um faturamento em torno de R$ 300 milhões. Não é uma cifra desprezível, sobretudo porque representará um aumento das vendas de quase 50% em relação a 2013. O problema é escassez de rentabilidade. Em 2013, a empresa chegou a ter um lucro pequeno, em torno de R$ 5 milhões. Mas, ao longo deste ano, tem voltado a operar no vermelho. O Ridgestone deixou outras indesejáveis heranças. Entram neste rol os contratos de arrendamento de aproximadamente 80 mil hectares de terras, com duração média de 12 anos. Se, em condições normais de temperatura e pressão, estes acordos são um maná por garantir uma produção de mais longo prazo, em momentos de entressafra financeira tornam-se algemas nos pulsos dos acionistas da Agrinvest, devido a  baixa flexibilidade para renegociação. Além disso, a empresa provavelmente terá de renegociar a segunda rolagem de uma dívida de US$ 26 milhões, referente a uma emissão de títulos privados no exterior conduzida em 2010 pelo fundo norte-americano.

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