Os trilhos de Rubens Ometto vão além da fusão com a ALL

  • 18/03/2014
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Quem para a locomotiva chamada Rubens Ometto? O turbulento processo de fusão entre Cosan e ALL nem sequer percorreu os primeiros quilômetros e o empresário já se dedica a mapear os próximos movimentos no setor. Sua intenção é usar a nova companhia como ponta de lança para a aquisição de linhas férreas já em operação ou ainda por serem construídas. O principal alvo de Ometto é a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). Conhecida como “ferrovia da soja”, a estrada ligará Lucas do Rio Verde (MT) a Uruaçu (GO) – o projeto prevê também uma conexão com a Ferrovia Norte- Sul. O leilão da Fico, que deverá abrir a nova temporada de licitações da ANTT, é um dos mais aguardados do setor. O trecho de mais de 1,5 mil quilômetros vai cortar uma das maiores regiões produtoras de grãos do país. Segundo fonte da própria agência, a Cosan já sinalizou ao governo o interesse em disputar a concessão da Fico. A companhia, aliás, integra o coro dos investidores que cobram a revisão das taxas de retorno do empreendimento. A rentabilidade foi originalmente fixada em 8,5% ao ano. Ao mesmo tempo em que desata os nós da fusão com a ALL, a Cosan busca parceiros para a licitação da ferrovia da soja. Ometto quer ter ao seu lado uma construtora e uma trading. Neste caso, um forte candidato é a Mitsubishi. A companhia japonesa já mantém um acordo com a Cosan para a comercialização de etanol no mercado asiático. Ometto, ressalte-se, já pensa e age como acionista controlador da ALL. E olha para o mapa ferroviário nacional como um enxadrista que estuda a posição de cada peça no tabuleiro. No caso da Fico, o que mais alimenta seu interesse na licitação é o potencial de sinergia com a própria ALL. A construção de um ramal de 500 quilômetros entre as cidades de Rondonópolis e Lucas do Rio Verde permitiria a integração entre as duas malhas. Ometto mira também na aquisição de ferrovias paralisadas por falta de investimentos dos respectivos concessionários. São trechos já devolvidos a  ANTT que deverão ser leiloados nos próximos dois anos. Há mais de um ano, a Cosan Logística, braço do grupo, analisa mais de uma dezena de trechos que serão reofertados ao mercado pela agência reguladora, notadamente em São Paulo e no Paraná.

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