Axalta mancha as tintas da AkzoNobel

  • 7/01/2014
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 O que mais poderia pintar de problema no caminho da AkzoNobel, já descolorida pela perda de rentabilidade no Brasil? Só faltava um novo e forte concorrente, com o caixa forrado e disposição de sobra para deslocar posições no mercado brasileiro de tintas. Pois ele apareceu, em cores bem vivas: a norte-americana Axalta. A empresa, controlada pelo fundo Carlyle, promete uma ofensiva com o objetivo de conquistar, em até cinco anos, a vice-liderança do segmento de tintas residenciais no país – posto ocupado exatamente pela belga AkzoNobel. A Axalta vai construir uma fábrica em Guarulhos (SP), onde já tem uma planta industrial voltada a  produção de tintas para a indústria automobilística. Seus planos passam ainda pela instalação de centros de distribuição nas cinco regiões do Brasil. Um dos maiores produtores mundiais de tintas automotivas, a Axalta decidiu enveredar pelo segmento residencial, filé mignon do mercado brasileiro. Em seu radar, a Suvinil, líder do setor com mais de 40% de market share, é vista hoje como um concorrente praticamente inalcançável. Porém, os norte-americanos consideram que é bastante factível ultrapassar, até 2019, o terceiro e o segundo lugares do ranking, a Sherwin Williams e a AkzoNobel, que detêm, respectivamente, 15% e 28% do mercado. Por mais paradoxal que possa parecer, mesmo tendo quase o dobro de mar­ket share, a AkzoNobel é tratada pela Axalta como um alvo mais frágil do que a Sherwin Williams. Dona da marca Coral, o grupo belga passa por um período de tropeços no Brasil. Procurada, a AkzoNobel garante que seus resultados em, 2013 estão “dentro do projetado”. No entanto, fontes próximas a  empresa afirmam que ela perdeu rentabilidade ao lançar uma política de preços mais agressiva. Ao mesmo tempo, a companhia carregaria sobre os ombros o aumento dos custos operacionais e o efeito negativo do câmbio – na comparação com a con­corrência, os belgas têm um nível maior de dependência de insumos importados. Diante deste cenário, a aposta da Axalta é que a AkzoNobel não terá fôlego para sustentar sua posição no ranking do setor até o fim da década.

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