Renault capota e deixa corpos jogados pela estrada

  • 3/03/2016
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 A Renault vive momentos de horror no Brasil. Em 2014, a montadora teve um prejuízo de R$ 270 milhões, seu pior resultado desde que chegou ao país, há uma dé- cada e meia. No ano passado, mais uma batida de frente, dessa vez da ordem de R$ 200 milhões. Segundo uma fonte muito próxima da Renault, já é certo que 2016 trará o terceiro balanço no vermelho seguido. Tudo isso temperado com uma performance comercial tenebrosa. Nos últimos dois anos, a empresa caiu do quinto para o oitavo lugar no ranking do setor. Apenas em 2015, suas vendas recuaram 30%, índice que, pelo andar da carruagem, será superado com certa folga neste ano. Em janeiro e fevereiro, a Renault comercializou um volume de automóveis 40% inferior ao registrado nos dois primeiros meses de 2015. Segundo o RR apurou, a companhia trabalha com projeção de melhoras parciais apenas no fim de 2017. A ver.  De acordo com a fonte do RR, a Renault está prestes a anunciar um plano radical de salvação, que muito provavelmente não dispensará a necessidade de um aporte de capital na subsidiária – a exemplo, aliás, do que fez a conterrânea Peugeot, que recentemente teve de despejar cerca de R$ 2,5 bilhões na filial. O pacote emergencial da Renault mistura cortes de produção na fábrica de São José dos Pinhais, férias coletivas na unidade paranaense e interrupção temporária dos contratos de trabalho de parte do efetivo – hoje em torno de cinco mil operários. Inclui também o cancelamento de novos lançamentos. A chegada do veículo popular Kwid, que era tratada como a grande aposta da empresa para o mercado brasileiro, ficará apenas para 2017. Isso se o projeto não for empurrado 2018 adentro. Por essas e outras, há quem diga até que, se o Brasil não fosse um mercadão para a Renault – em volume de vendas, trata-se da segunda maior operação do grupo, atrás apenas da França – a montadora dava uma de HSBC e deixava de vez o país. Procurada pelo RR, a Renault não comentou o assunto.

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