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Há esqueletos no caminho de volta da Petrobras ao setor de fertilizantes
3/01/2025Nos preparativos para a retomada da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III) de Três Lagoas (MS), a Petrobras tem se deparado com alguns esqueletos do passado. Fornecedores, a maioria locais, cobram mais de R$ 170 milhões em dívidas referentes à venda de materiais e insumos para as obras, paralisadas em 2014. A Petrobras ainda está fazendo um levantamento minucioso das ossadas, e a tendência é que a cifra aumente com a exumação.
A estatal já identificou processos na Justiça contra o consórcio que era responsável pelo empreendimento, capitaneado pela chinesa Sinopec e pela Galvão Engenharia. Uma parcela desses passivos está nas mãos de fundos especializados na compra de dívidas. Recentemente, um deles, o Fundo de Recuperação de Ativos – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios não Padronizados ganhou uma ação na Justiça contra a Sinopec no valor de R$ 13 milhões – originalmente em decorrência de um débito com uma empresa de tintas. Em contato com o RR, a Petrobras informou que o projeto da UFN-III integra a “carteira em implantação do Plano Estratégico vigente” e que a empresa “dará início aos processos de contratação para retomada das obras da unidade”.
Segundo a própria estatal, o investimento estimado para conclusão da Unidade é de cerca de R$ 3,5 bilhões, e o início da operação está previsto para 2028. Perguntada especificamente sobre as dívidas do antigo consórcio, a Petrobras não se pronunciou.
Ao longo da última década, as pendências financeiras relativas à construção da fábrica de fertilizantes cresceram feito bola de neve, no rastro da falta de acordo com parcela expressiva dos fornecedores. Em sua maioria, os credores não aceitaram as condições impostas pela Sinopec e Galvão, como cortes nas dívidas de até 85%. O empreendimento carrega ainda um passivo trabalhista.
Ao menos essa parte parece equacionada – em 2019, as empresas fizeram um acordo judicial para o pagamento de R$ 150 milhões a mais de cinco mil pessoas que trabalhavam nas obras. A rigor, todas as dívidas são de responsabilidade do consórcio contratado pela Petrobras. A empresa teria cumprido com todas as suas obrigações. No entanto, há o risco de uma parte dessa conta cair no colo da companhia.
Até porque já existe um litígio entre a estatal e o consórcio. Sinopec e Galvão cobram na Justiça valores contratuais que supostamente não teriam sido pagos pela Petrobras. As cifras podem chegar a R$ 800 milhões, segundo laudo pericial apresentado pelas duas empreiteiras em 2021. A conferir.
Mercado
Ultra avança sobre ações de sócios na Hidrovias do Brasil
3/01/2025Agronegócio
Ministério da Agricultura busca aditivos para aumentar produção de etanol de milho
3/01/2025Assessores do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estão debruçados sobre propostas para turbinar a produção de etanol de milho. O objetivo é não apenas atrair investimentos de empresas nacionais de biocombustíveis, mas também de grupos estrangeiros. Um dos nomes citados na Pasta é o da BP. O conglomerado britânico tem feito estudos para produzir etanol à base de milho no país. Seu potencial de investimento no setor é exponencial, a começar pela estrutura que já tem à mão.
A BP comprou recentemente a participação da Bunge na joint venture que ambos mantinham em bioenergia no Brasil. São 11 usinas de açúcar e etanol. As principais ideias que pululam no Ministério da Agricultura precisam do chapéu alheio, leia-se de decisões de outras esferas do governo. Uma delas é o apoio do BNDES para um programa de financiamento ao etanol de milho. Outra é o aumento do índice de mistura de álcool na gasolina. Fávaro trabalha para que o governo anuncie ainda neste mês a subida desse sarrafo dos atuais 27% para 30%.
Cabe lembrar que em outubro o presidente Lula sancionou a Lei do Combustível do Futuro, permitindo que a adição de etanol a gasolina oscile em um sistema de bandas entre 22% e 35%.
Nessa equação misturam-se fatores de mercado, de ordem ambiental e, como não poderia deixar de ser, de natureza política. As medidas seriam um afago aos grandes produtores de milho do país. Na safra 2023/24, o Brasil produziu seis bilhões de litros de etanol a partir do cereal, 35% a mais do que no ciclo anterior.
No Ministério da Agricultura, há estimativas de que esse volume poderá chegar a dez bilhões de litros em apenas dois anos. Já se fala na possibilidade de o Brasil antecipar em dois anos a projeção anterior de fabricar 15 bilhões de litros até 2032. O Brasil tem no seu solo uma vantagem, quase um presente divino, na comparação com outros grandes produtores mundiais, a começar pelos Estados Unidos, o maior deles: a segunda safra anual de milho, a “safrinha”.