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O presidente Michel Temer tornou-se alvo de críticas severas no Judiciário. Entre os togados, a demora de Temer em assinar o reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido interpretada como um sinal de que ele poderá romper o acordo firmado com o presidente da Corte, Dias Toffoli – leia-se a aprovação do aumento condicionada ao fim do auxílio-moradia. Temer estaria instrumentalizando o caso a seu favor para jogar um xadrez muito particular, por meio de uma negociação com Jair Bolsonaro. O atual presidente vetaria o reajuste, tirando do colo do seu sucessor um gasto adicional de R$ 4 bilhões por ano; em troca, à guisa do bom serviço prestado às contas públicas, receberia uma missão diplomática no exterior e, com ela, a manutenção do direito ao foro privilegiado. Pode até ser que o “xadrez de Temer” seja apenas fruto de uma paranoia do Judiciário. Mas que parece um jogo, isso parece: tem tabuleiro, peças, enxadristas e movimentos calculados. A rigor, Michel Temer poderia ter assinado o reajuste no próprio dia 7 de novembro, quando o Senado aprovou a proposta. Ocorre que, desde então, o presidente tem dado declarações ambíguas sobre o aumento, postergando o imprimatur.
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