Faltam braços para alcançar as fraudes bilionárias no INSS

  • 11/02/2020
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Como se não bastassem os dois milhões de pedidos de aposentadoria sem resposta, o caos do INSS ameaça jogar por água abaixo o esforço do próprio governo em reduzir as fraudes contra a Previdência Social. O prometido pente-fino nos cadastros no Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma das categorias com maior incidência de irregularidades e fraudes, periga não sair do papel tão cedo. O mais complexo já foi feito.

A Dataprev entregou um novo sistema com o cruzamento das diferentes bases de dados dos beneficiários do BPC – pessoas com mais de 65 anos, cidadãos em comprovada situação de miserabilidade, favorecidos pelo Bolsa Família, deficientes físicos etc. Mas faltam braços no INSS. A autarquia não tem servidores em número sufi ciente para atender os beneficiários, realizar a prova de vida e proceder o recadastramento. Provavelmente, os sete mil militares da reserva convocados para a autarquia não serão suficientes.

Eles já estão majoritariamente comprometidos com a tour de force para despachar os pedidos de aposentadoria represados no Instituto. O assunto é tão complexo que causa ruídos dentro do próprio governo. Procurado incialmente pelo RR, o INSS informou que o pente-fino nos benefícios é “de responsabilidade da Secretaria da Previdência”.

Esta, por sua vez, devolveu a questão para o INSS, que não se pronunciou até o fechamento desta edição. Em 2019, o governo suspendeu ou cancelou em definitivo mais de 260 mil aposentadorias irregulares, poupando quase R$ 5 bilhões. No caso do BCP, no entanto, a convocação e a prova da vida ainda não foram realizadas em larga escala. O que há até o momento é uma pescaria aqui e acolá de fraudes em determinadas regiões do país. Alguns casos chegam a ser escabrosos. Em dezembro, o INSS identificou cerca de quatro mil servidores públicos, estaduais e municipais, que recebiam indevidamente o benefício.

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