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A súbita ascensão do Elliot na Telecom Italia lança um nevoeiro de incertezas sobre a TIM Brasil. A operadora brasileira tornou-se uma companhia espremida entre dois donos com visões antagônicas em relação ao futuro do grupo no país. Para todos os efeitos ainda a maior acionista individual da Telecom Italia, a Vivendi defende um projeto de longo prazo para o mercado brasileiro. Longo prazo, no entanto, não é da natureza do Elliot, um carcará que pega, mata e come seus ativos, regurgitando-os sob a forma de realização do lucro no menor espaço de tempo possível.
A julgar pelos primeiros sinais que chegam de Roma, o fundo abutre de Paul Singer já começa a fazer pressão pela venda da TIM Brasil. A ave de rapina norte-americana só tem olhos para o quanto a empresa brasileira despejaria no caixa da Telecom Italia e, consequentemente, no seu. Tomando-se como base apenas o valor de mercado da TIM, portanto, sem qualquer prêmio de controle, as cifras giram em torno dos US$ 10 bilhões. O bote do Elliot sobre a Telecom Italia embaralhou todo o quadro de forças da companhia.
A rigor, a Vivendi segue com a gestão executiva, personificada na figura do CEO Amos Genish, ex-presidente da Vivo. No entanto, não se sabe até que ponto os franceses e o próprio Genish terão poder de voto e de veto dentro do grupo em questões de tamanha magnitude como esta. O fundo abutre tomou para si o board da Telecom Italia ao assumir dois terços das cadeiras e expurgar dez representantes da Vivendi e de acionistas minoritários. Por ora, enquanto o destino da TIM Brasil não ganha contornos mais nítidos, tudo leva a crer que não haverá mudanças na direção da companhia.
Stefano de Angelis deverá ser mantido na presidência da empresa. Sob sua gestão, a operadora até tem apresentado bons resultados, como o lucro de R$ 1,2 bilhão no ano passado. No entanto, de Angelis é considerado um executivo opaco se comparado aos antecessores, notadamente Luca Luciani, tão fulgurante quanto controverso – Luciani foi afastado da Telecom Italia depois do escândalo conhecido como Sim Card, quando foi constatado que ele inflou artificialmente a base de assinantes da empresa. De Angelis, por sua vez, é o oposto: dirige a TIM Brasil sem sobressaltos, mas também sem um grande investimento ou plano mais ousado. Seu baixo perfil é justamente o que deve fortalecê-lo e garantir sua permanência no cargo. Aos olhos do Elliot, talvez o executivo seja o homem certo no lugar certo, o “gondoleiro do tédio” que conduzirá a TIM Brasil na direção de um novo controlador.
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