Buscar
Nos tubos de ensaio do Carlyle processa-se uma alquimia que pode dar origem a uma grande empresa integrada de varejo, com um pé ficando na venda de material de construção e o outro na comercialização de artigos de decoração. Acionista da Tok&Stok, o fundo norteamericano quer celebrar o matrimônio da empresa com uma rede do segmento de bricolagem. Neste caso, todos os olhares do Carlyle estão voltados na direção da Leroy Merlin. Para o fundo de private equity, pelo tamanho da sua operação no país e pelo formato de suas lojas, a rede francesa é a alma gêmea da Tok&Stok nesta operação. Até porque a própria Leroy Merlin já teria manifestado o interesse de ampliar seu espectro de atuação no mercado brasileiro. Em nome de um projeto maior, o Carlyle estaria disposto a ter uma participação minoritária na nova empresa, algo que foge um pouco ao seu figurino predileto, o de sócio controlador – na Tok&Stok, detém 60% do capital. Neste caso, o controle ficaria nas mãos dos franceses, que, além de recursos, agregariam ao negócio sua notória experiência como operadores de varejo. Para fechar a matemática societária, os norte-americanos teriam de equacionar a posição dos empresários Regis e Ghislaine Dubrule. O casal, fundador da Tok&Stok, ainda detém 40% da companhia. No entanto, a própria origem dos Dubrule pode ser um facilitador para o Carlyle amarrar todas as pontas do negócio. Nascidos na França, Regis e Ghislaine teriam boas relações com o Grupo Adeo, controlador da Leroy Merlin. A própria empresária cogita se mudar para terras francesas logo após deixar o cargo de CEO da Tok&Stok. Pelo acordo com o fundo norte-americano, a troca no comando da rede varejista está prevista para 2014. Consultado pelo RR, o Carlyle informou que não comenta rumores de mercado. Já a Leroy Merlin negou qualquer “intensão associativa”. Pode ser. Mas os números da operação são de balançar qualquer convicção mais firme. A dobradinha Tok&Stok/Leroy Merlin resultaria no surgimento de uma empresa com mais de 60 lojas e faturamento anual próximo dos R$ 5 bilhões. A negociação, ressalte-se, segue a cartilha de investimentos do Carlyle, adepto a consolidações empresariais. No Brasil, os norte-americanos formaram a maior rede de lojas de brinquedos a partir da compra da RiHappy e da PBKids. Ao olhar para os números sobre a mesa, o que vêm a cabeça dos norteamericanos são três letras: IPO. O projeto original do Carlyle para a Tok&Stok já previa a abertura de capital em 2014 ou 2015.
Todos os direitos reservados 1966-2025.