Mitsui oferece Á  Petrobras uma porta de saída do Japão

  • 8/05/2013
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A novela em torno da venda da refinaria Nansei Sekiyu, em Okinawa, no Japão – em exibição na Petrobras há mais de um ano – ganhou novos protagonistas, personagens que podem ser decisivos para o desfecho da arrastada trama. Em parceria com as petroleiras conterrâneas Ryusek Corporation e TonenGeneral, a Mitsui teria apresentado uma proposta de aproximadamente US$ 200 milhões pelo ativo. Além do pagamento em dinheiro, o trio também aceitaria ceder a  estatal todo o estoque de produtos da refinaria, cujo valor estimado passa dos US$ 550 milhões. O consórcio liderado pela Mitsui conta com o apoio do governo local, que quer manter o centro de decisões da refinaria em mãos japonesas. A oferta financeira está abaixo do dote pedido pela Petrobras, cerca de US$ 350 milhões. No entanto, é mais do que o dobro da maior proposta recebida pela estatal até agora – os US$ 80 milhões oferecidos pela Concord Energy, de Cingapura. Anteriormente, a irlandesa Ocean Energy e a japonesa Kotobuki Oil também demonstraram interesse pelo negócio, mas colocaram sobre a mesa valores ainda mais baixos do que o apresentado pela Concord Energy. Maria das Graças Foster jamais tolerou a ideia de vender a refinaria japonesa abaixo do valor fixado. Que o diga um graduado executivo da estatal que, durante uma reunião de diretoria no ano passado, teria sido duramente interpelado por Graça e constrangido diante de seus pares ao levantar a hipótese de redução do preço do ativo. Na ocasião, segundo a mesma fonte, a presidente da Petrobras chegou a bradar que aguardaria o tempo que fosse necessário até alguém pagar o valor estipulado pela companhia. Talvez seja mais fácil esperar por Godot. Entre os próprios diretores da estatal, há um consenso de que é cada vez mais improvável surgir um candidato disposto a desembolsar US$ 350 milhões pela refinaria. Boa parte das instalações de Nansei Sekiyu apresenta um estágio avançado de obsolescência. Os US$ 50 milhões que a Petrobras investiu no local não deram nem para o gasto. Calculase que a refinaria precise de algo próximo a US$ 200 milhões para operar dentro de padrões razoáveis de eficiência e competitividade.

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