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Brado é a locomotiva da ALL para entrar no capital da Iochpe

  • 18/11/2011
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O fracasso subiu a  cabeça da América Latina Logística (ALL) no que diz respeito a  produção de vagões. Mesmo após a malsucedida experiência com a Santa Fé, a empresa resolveu partir para uma nova empreitada, de bitola ainda mais larga. Por intermédio da controlada Brado, uma sociedade com a Standard, a ALL pretende abocanhar um naco do capital da Iochpe Maxion, maior fabricante de vagões do país. A empresa cai como uma luva no padrão societário da ALL, com o capital pulverizado. Há ainda um sócio comum que é peça chave na negociação entre as duas empresas. A BNDESPar é acionista tanto da ALL, com 12% das ordinárias, quanto da Iochpe Maxion, com 7% do capital votante. Não é de hoje que o banco trabalha para fortalecer a Iochpe Maxion e criar um grande grupo nacional verticalizado no setor ferroviário, com notória capacidade de atender a  demanda interna e ainda contribuir para o superávit comercial. Os mercados mais visados são a América Latina e a africa. A proposta alinhavada pela ALL é que a Brado faça uma troca de ações com a Iochpe Maxion, que, no fim das contas, daria a  companhia em torno de 5% das ações da fabricante de vagões. Por outro lado, a Iochpe Maxion ficaria com aproximadamente 40% de participação na Brado. A transação daria a  ALL acesso privilegiado e a custo mais baixo a  compra de vagões para compor a frota da Brado, que tem 2% do mercado de contêineres transportados e pretende chegar a 12% em cinco anos. A Iochpe Maxion passaria a ter como compradora cativa a maior concessionária de ferrovias da América Latina. De quebra, cortaria parte do mercado dos concorrentes chineses, que têm marcado posição cada vez mais abrangente no país. No BNDES, a transação é vista como uma oportunidade de ouro para reduzir sua participação em ambas as empresas e ficar com uma porta de saída mais a  frente. Para o braço de participações do banco, a troca de ações abriria espaço para a própria ALL se tornar sócia da Iochpe Maxion em um segundo momento ou – por que não? – até mesmo para uma fusão entre as duas empresas.

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