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Shree Renuka rivaliza com Petrobras no transporte de etanol

  • 12/07/2011
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A Shree Renuka Sugars quer ser uma espécie de antagonista da Petrobras na logística de etanol no Brasil. Os indianos trabalham na montagem de um consórcio estrangeiro com o objetivo de criar uma estrutura própria de alcooldutos voltada a  exportação do combustível. O grupo está disposto a comprar uma briga encarniçada com a estatal. Além do transporte do etanol produzido em suas próprias usinas no país, a Shree Renuka pretende oferecer uma alternativa logística a empresas de médio e pequeno portes do setor. Desta maneira, vai competir diretamente com a Logum Logística, empresa criada recentemente pela Petrobras, que ainda leva na garupa sócios do porte da Copersucar, Cosan e Camargo Corrêa. Para bater de frente com a estatal, o grupo indiano está recrutando uma plêiade de parceiros pesos-pesados. A norte-americana Cargill e a japonesa Sumitomo são nomes quase certos na empreitada. Há conversações também com a Tereos, dona da Açúcar Guarani. A companhia, no entanto, está em uma zona de conflito. Vontade de participar do consórcio liderado pelos indianos é o que não falta. No entanto, os franceses temem se indispor com a própria Petrobras, sua sócia na Guarani. Não obstante o considerável risco da operação, notadamente no que diz respeito a  concorrência com a Petrobras, a Shree Renuka está disposta a gastar munição de grosso calibre no projeto. O investimento está orçado em quase US$ 4 bilhões. Não custa lembrar que o grupo está com o caixa recheado. No primeiro trimestre deste ano, fez uma captação de US$ 1,2 bilhão na Bolsa da andia. Além do aporte dos sócios, a empresa está fechando também contratos de financiamento com bancos indianos e com um pool de tradings asiáticas. A maior parte do etanol produzido pelo grupo no Brasil será destinada ao Oriente. O projeto prevê a implantação de um sistema integrado de logística. Além da construção de alcooldutos, os indianos vão se utilizar de navegação de cabotagem e de transporte rodoviário ? não por coincidência, um modelo similar ao da própria Logum. A Shree Renuka já investiu mais de US$ 400 milhões no Brasil. Comprou as usinas do Grupo Equipav e hoje soma uma capacidade instalada no país que permite a moagem de 13,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra.

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