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EDP e EDF declaram guerra Á  Petrobras na energia térmica

  • 25/04/2011
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O leilão de termelétricas da Aneel marcado para julho está a s portas de um contencioso. Grandes grupos como EDP e EDF estudam entrar na Justiça com o objetivo de evitar a realização da licitação nos moldes atuais. O motivo do imbróglio é a participação da Petrobras, que, pelas normas em vigor, poderá entrar no leilão com um duplo chapéu. De um lado, será uma competidora como outra qualquer para a construção de termelétricas; do outro, estará na confortável posição de única fornecedora de gás para todas as usinas que vierem a ser licitadas. Aos olhos dos grandes grupos internacionais, esta bivalência da companhia configura uma concorrência desleal. Em última linha, a Petrobras poderá arbitrar tarifas diferenciadas para o preço do gás em suas térmicas e nas demais usinas, criando um flagrante ponto de desequilíbrio para a formação final do custo da energia de cada empreendimento. Significa dizer que a estatal poderá vencer o leilão de energia, reduzindo os preços da matéria- prima que cobrará de si própria. EDP, EDF e grupos menos votados querem obrigar a Petrobras a abrir os preços do gás que será comercializado para as suas próprias térmicas. A princípio, a estatal já tem um projeto inscrito no leilão de energia térmica: a usina de Seropédica (RJ), com potência instalada de 575MW. Seus principais concorrentes, EDF e EDP, entrarão na disputa com projetos para a instalação de uma térmica, respectivamente, em Paracambi e em Resende, ambas no Rio de Janeiro. Caso a Petrobras seja obrigada a revelar a formação de seus preços, isso significará uma drástica mudança nas regras dos leilões para a venda de energia termelétrica. O que EDF e EDP querem, em última instância, é uma isonomia de preços no fornecimento de gás, o que, na prática, significará uma referência de valor do insumo para todos os participantes do leilão. No meio da contenda está a Aneel, que, até agora, tem adotado uma postura discreta. A agência defende que a Petrobras abra os preços do gás, não somente pelo mérito da questão, mas também pelo temor de que o leilão de julho emperre nos tribunais. Existe uma notória necessidade de ampliação da oferta de energia elétrica a partir de 2014, justamente a data prevista para as usinas licitadas no leilão entrarem em operação. O início da atividade destas térmicas está previsto no Plano Decenal de oferta de energia da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

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