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Statoil promove leilão sob as águas da Bacia de Campos

  • 1/03/2011
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O campo de Peregrino, na Bacia de Campos, deveria ser ofertado na Sotheby’s. A norueguesa Statoil, dona de 60% das ações, está promovendo um acirrado leilão para se desfazer de parte ou até mesmo do controle da operação. A Petrobras teria feito uma proposta por metade da participação da Statoil. Por enquanto, ficou sem resposta. A chinesa Sinochem foi ainda mais arrojada. A estatal, que já tem 40% do consórcio, ofereceu mais US$ 5 bilhões para assumir integralmente a parte da Statoil e se tornar a única acionista em Peregrino. Mais uma investida rechaçada. Não foi o primeiro não levado pelos chineses. Ao vender os 40%, os noruegueses se negaram a aceitar uma cláusula que daria a  Sinochem direito de preferência sobre o restante das ações. O leilão continua. A Statoil, com o martelo a  mão, estaria ainda aguardando pelo dote de uma grande companhia norte- americana já com negócios em exploração e produção de petróleo no Brasil. Dentro da empresa, no entanto, há quem defenda que o grupo espere mais um pouco para fazer negócio. As primeiras projeções oficiais sobre o potencial do bloco permitiriam a  empresa aumentar ainda mais o valor pedido por Peregrino, seu maior e mais promissor negócio fora da Noruega. Mas por que tanta cobiça por um campo do qual ainda não brotou uma gotícula sequer de petróleo em escala comercial? Peregrino vale quanto seus acionistas e pretendentes acham que ele pesa. Tratase de um dos poucos blocos do pré-sal já licitados, o que, por si só, já aumenta o interesse. Há uma enorme expectativa em relação as suas reservas. Estudos preliminares indicam uma capacidade total de 2,5 bilhões de barris de óleo, o que o torna um dos principais blocos do país. Ressalte-se ainda que a Statoil já desembolsou mais de US$ 5 bilhões em pesquisas na região e não vai perder a oportunidade de reaver o investimento com sobras. Além disso, o próprio interesse, até certo ponto desmedido, da Sinochem serviu para abrir os olhos da Statoil e inflacionar o preço do ativo. Os chineses tratam Peregrino como um Eldorado em sua estratégia de operação no país. Não por acaso pagaram mais de US$ 3 bilhões para ficar com 40% do consórcio. Seus planos para o país são ainda mais caudalosos. A estatal chinesa estima investir cerca de US$ 12 bilhões nos próximos quatro anos.

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