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Bertin e Equipav desmontam seu castelo de concessões

  • 18/03/2010
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A Cibe Participações, associação entre o Grupo Bertin e a Equipav, está se desintegrando. A empresa ? que nasceu com a promessa de se tornar uma grande holding de concessões públicas ? pretende se desfazer de operações em saneamento e rodovias. O objetivo é ganhar fôlego para concentrar os investimentos na área de energia elétrica. O destino de maior parte dos ativos da Cibe deverá ser a OHL. Os espanhóis já teriam feito uma oferta por um pacote de subsidiárias da companhia. A negociação envolve a compra da aguas de Guariroba, de Campo Grande (MS), Pró-Lagos, na região dos Lagos (RJ), e aguas de Itu (SP). Inclui também as concessões rodoviárias Univias (RS), Nascentes das Gerais (MG), Colinas e Rodovias do Tietê ? as duas últimas em São Paulo. A operação poderá chegar a R$ 2 bilhões ? ou seja, vai consumir uma fatia expressiva dos quase R$ 6 bilhões que a OHL pretende investir no Brasil até 2014. A Cibe Participações é uma prova de que o cruzamento entre dois puros-sangues nem sempre resulta em um cavalo vencedor. Não obstante o porte e os investimentos do Grupo Bertin e da Equipav, a empresa carrega uma biografia tortuosa, sobretudo na área de energia. Ela se notabilizou como uma das mais agressivas investidoras dos recentes leilões de térmicas da Aneel. Ao todo, controla 26 licenças para a construção e operação de termelétricas. A Cibe pretendia investir mais de R$ 10 bilhões no setor elétrico, mas a crise mundial causou um curto-circuito nestes planos. Por falta de financiamento, a maior parte das geradoras não saiu do papel. A companhia chegou, inclusive, a atrasar o depósito das garantias a  Aneel e esteve ameaçada de perder licenças. Além da venda dos ativos em saneamento e concessões rodoviárias, a própria área de energia está sendo alvo de uma reestruturação na companhia. A Bertin vai incorporar 11 usinas, transferindo o problema de endereço. Destas geradoras, seis delas terão de entrar em funcionamento até o ano que vem. É provável que a família Bertin não segure o abacaxi sozinha e busque um sócio para a operação. Algo, aliás, que a própria Cibe já fez. O Fundo de Investimento FGTS (FI FGTS) está acertando sua entrada no capital da holding. A empresa terá de construir 10 geradoras até 2013.

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