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Motores da Cummins engasgam a cada quilômetro

  • 25/08/2014
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Luís Pasquotto, presidente da fabricante de motores Cummins na América do Sul, bem que gostaria de dar, pelo menos, uma boa notícia a  matriz norte-americana, mas tudo parece conspirar contra. A empresa deverá fechar 2014 no vermelho, com queda de até 20% nas vendas, redução similar da produção e, o que é pior, sem ver a luz no fim do túnel. Pasquotto vive o que chamam na companhia de sua “fase rivotril”. Está irritadiço e já chegou a perder as estribeiras com um funcionário. É duro quando um dia é ruim e o outro, também. Em meio a s más notícias que não param, Pasquotto foi obrigado a ordenar o cancelamento da produção de 13 mil dos 70 mil motores programados para esse ano, na fábrica de Guarulhos, em São Paulo. A empresa, que já concedeu férias coletivas nesse ano, programa mais uma temporada de paralisação para ajustar o estoque. Pasquotto dorme todas as noites pensando se não é o caso de antecipar a adoção do programa de cortes de custos operacionais e administrativos na faixa de 15% a 20%. A data limite para que seja tomada a decisão é o fim de agosto, quando a fabricante terá uma noção melhor da demanda de motores pelas montadoras de caminhões no último trimestre do ano. Enquanto o dead line não chega, é como se a rotina sofresse de distonia neurovegetativa. Procurada pelo RR, a Cummins disse que não “divulga resultados parciais de exercícios fiscais em andamento.” Mas informou que, “embora as perspectivas do setor brasileiro de caminhões não sejam promissoras, vem obtendo resultados positivos em outros segmentos industriais.” A autoestima de Pasquotto já fez um buraco no chão. A Cummins que ele comanda virou o patinho feio do grupo no continente sulamericano. Há outra Cummins, dedicada a  fabricação de motores e geradores de emergência para embarcações de apoio a  exploração de petróleo, que nada de braçada na direção do lucro. Essa unidade tem contratos até o fundo do mar com fornecedores e com a própria Petrobras. O pior de tudo é a comparação. O presidente de Negócios Marítimos da Cummins na América do Sul, Rodrigo Teixeira, tem recebido afagos da matriz porque sua safra de boas notícias não para de crescer. A unidade que ele comanda tem crescido em uma faixa de 25% ao ano e esse percentual deverá aumentar para 30% nos próximos cinco anos, embalada na demanda por motores para embarcações que trabalharão na exploração de petróleo na camada de pré-sal. Ou seja, enquanto Teixeira brilha, Pasquotto chora.

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