Atilano Oms olha no espelho e enxerga a imagem de Luís XVI

  • 3/07/2014
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Atilano Oms Sobrinho está frente a frente com os jacobinos. Os próximos dias serão determinantes para se saber se o empresário conseguirá evitar a queda de sua Bastilha ou terá um doloroso encontro com “Monsieur Guillotine”. No calendário da Inepar, o “14 de julho” pode cair no fim da semana que vem, na próxima segunda-feira, até mesmo amanhã – ou, no limite, sequer ocorrer. Entenda- se o “14 de julho” como a data de todas as datas para o grupo paranaense: um dia para comemorar ou para lamentar profundamente, dependendo do desfecho. E mais o RR não dirá. O fato é que a própria trajetória empresarial de Atilano Oms Sobrinho está em jogo neste momento. Nos últimos anos, a Inepar tornou-se um retrato em sépia do que já foi um dos maiores grupos de infraestrutura do país. Em relação aos tempos áureos, os negócios são praticamente os mesmos – energia, óleo e gás, telecomunicações, construção etc. No entanto, o grupo perdeu peso e representatividade em todas essas áreas, na mesma proporção do declínio do prestígio e poder de influência de seu próprio acionista controlador. Atilano Oms Sobrinho já protagonizou alguns dos mais importantes negócios da República, vide Telemar; hoje, dedica seus dias a  inglória missão de sanear as finanças de suas empresas. O balanço de 2013 da holding Inepar Indústria e Construções registra uma dívida de longo prazo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão, para um patrimônio líquido de R$ 100 milhões. Somente nos últimos dois exercícios, o prejuízo acumulado do grupo passou dos R$ 320 milhões. Além das perdas financeiras, Atilano Oms Sobrinho enfrenta também o desgate no relacionamento com credores, sócios e clientes. Parceira da Inepar numa joint venture para a produção de turbinas, a austríaca Andritz Hydro já teria demonstrado interesse em desfazer o acordo e ficar com a parte do grupo paranaense – ver RR edição nº 4.839. Por sua vez, a Iesa a“leo e Gás, uma das subsidiárias do conglomerado, convive com o risco de perder os contratos fechados com a Petrobras devido a problemas financeiros e dificuldades para cumprir os serviços. Somadas, as encomendas da estatal correspondem a US$ 700 milhões, algo equivalente a um ano e meio de receita da Iesa. É por essas e outras que a Inepar está a s vésperas de sua revolução. Serão dias de muito sofrimento, que poderão culminar em sangue.

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