BTG Pactual puxa a fila na porta de saída da Sete Brasil

  • 26/06/2014
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O pedido de registro de companhia aberta encaminhado recentemente pela Sete Brasil a  CVM é apenas o espelho d’água. As mudanças em curso na fabricante de plataformas vão atingir o pré-sal da estrutura societária da empresa. A oferta de ações em Bolsa servirá como porta de saída para um grupo de investidores que compõem o núcleo duro do capital da companhia. O BTG Pactual e os fundos EIG Global Energy Partners, a Luce Drilling e a Lakeshore Partners pretendem usar o IPO para reduzir consideravelmente ou até mesmo vender toda a sua participação. O quarteto detém mais de 40% da FIP Sondas, por sua vez, dona de 95% da Sete Brasil. Caso a saída do BTG e dos private equities se confirme, o controle da Sete Brasil passará a ser dividido por Previ, Petros, Funcef, Valia, além, é claro, da Petrobras – maior cliente da fabricante de sondas, a estatal mantém uma participação estratégica no negócio, da ordem de 5%. Ressalte-se que as mudanças societárias refletem o azeitamento nas relações entre os private equities/fundos de pensão e a própria Petrobras. A coabitação entre os acionistas da Sete Brasil teve momentos de turbulência devido a percalços financeiros da companhia e os seguidos adiamentos na entrega das primeiras sondas a  estatal. No entanto, tudo leva a crer que os investidores decidiram fumar o cachimbo da paz. A Petrobras aceitou firmar um novo prazo para o fornecimento dos equipamentos – junho de 2015. Topou também flexibilizar o acordo de acionistas, abrindo mão de parte de suas prerrogativas na empresa. A própria estatal entendeu que seu excessivo poder na Sete Brasil passou a ter um efeito inibidor sobre os investidores, o que poderia atrapalhar consideravelmente a oferta de ações. A recente mudança no comando da fabricante de sondas já é um sinal dos tempos: a indicação do ex-OGX Luiz Eduardo Carneiro para a presidência da Sete Brasil partiu originalmente das fundações e dos fundos de investimento; a estatal assinou embaixo. Aos poucos, a Sete Brasil parece estar deixando para trás os contratempos financeiros que, em determinado momento, lançaram dúvidas sobre a própria capacidade da empresa de honrar seus compromissos comerciais. O lançamento de ações é peça-chave para o fechamento do project finance da companhia – a construção das 29 sondas já contratadas exigirá um desembolso de quase US$ 25 bilhões. A Sete Brasil já fechou um empréstimo de US$ 6,3 bilhões com o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e um financiamento de US$ 9 bilhões do BNDES.

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