BNDES e Odebrecht sofrem com a politização vulgar

  • 28/05/2014
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Existe um megafone em cada esquina berrando que a exportação de serviços entrou no raio de destruição da campanha eleitoral e do “antidilmismo”. O BNDES é o alvo principal. O banco é responsável pelo financiamento da totalidade dessas operações e está sendo acusado de aumentar a dívida pública com “finalidade torpe”. Mas a agência de fomento não está só. A politização grosseira e vulgar que grassa no país elegeu três grandes inimigos do Brasil: a Petrobras, que não passaria de uma “organização criminosa”; o BNDES, que suga a seiva financeira do Estado para distribuir o dinheiro a plutocratas; e as empreiteiras, que são “corruptoras do governo”. Na visão da oposição, o banco e as empreiteiras, melhor dizer indústria da construção pesada, estariam trocando investimentos no Brasil pelo exterior, deixando de gerar empregos aqui em benefício de mais postos de trabalho nos países importadores. Essas acusações são do tempo do onça. Quando já pareciam ter virado bobice, eis que voltam a  baila, no bico dos seus defensores de outrora. As exportações de serviços envolvem a comercialização de mais de 500 mil itens da indústria nacional, que criam dezenas de milhares de empregos. Além de gerar divisas curativas das feridas do balanço de pagamentos. São poucos os setores da indústria que têm uma cadeia de produção tão ampla, envolvendo um número de unidades tão grande. Na africa, cer- ca de 600 empresas brasileiras foram beneficiadas; nas obras do Porto Mariel, em Cuba, serão mais de 400. O peso das operações no orçamento do BNDES, uma das outras críticas, é baixo – não chega a 3% -, e é grão de areia se comparado ao montante investido pelas agências de crédito e pelo Eximbank dos outros países. É certo que a campanha contra as exportações de serviços está pegando uma carona na circunstância peculiar que atravessa a Odebrecht, líder absoluta nesse segmento. A empreiteira baiana, primeira também no ranking da construção de obras estruturantes do país, foi arrastada para o centro de episódios controversos, como a Petrobras e o Itaquerão. A oposição vem chupando os dois casos de canudinho. Tanto a Petrobras quanto a Odebrecht pagam o ônus das corporações com megaescala, onde sempre existe o joio, por maior que seja o trigal. No momento, o que a interessa a  plateia é o joio. Paciência! O fato é que o BNDES, por meio do financiamento da exportação de serviços, tem feito uma política industrial singular, por via transversa, cujo único demérito é a ausência de divulgação dos seus benefícios para o país. Quanto a  Odebrecht, depois do Itamarati a empreiteira é a maior representante do Brasil no estrangeiro, o que não é pouca coisa. Porém, nada disso interessa se o objetivo maior são as urnas. Até outubro, a ordem é “malhar o Judas”.

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