BG perfura ainda mais fundo no Brasil

  • 10/03/2014
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A BG está embalando um novo pacote de investimentos sem precedentes em sua história no Brasil. A cifra reservada apenas para este ano gira em torno dos US$ 3 bilhões. Até o fim da década, o plano de negócios da companhia prevê o dispêndio de mais US$ 20 bilhões no país. Entre os grupos privados que atuam no Brasil, este deverá ser o maior desembolso na atividade de exploração e produção de petróleo, a  exceção dos aportes no megacampo de Libra – ainda assim, cabe ressaltar que, neste caso, os investimentos serão divididos por cinco players: Petrobras, Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC. Por falar em Libra, não custa lembrar que a BG causou surpresa no mercado ao ser um dos primeiros grandes players globais do setor a anunciar sua desistência do setor. Consultada pelo RR, a BG confirmou os investimentos no Brasil. O reforçado plano estratégico embute os primeiros aportes nos dez blocos arrematados na 11ª rodada de licitações da ANP, em maio do ano passado – estes campos só deverão entrar em operação depois de 2023. O desembolso dará maior folga para a empresa cumprir a audaciosa meta de ser a segunda maior produtora de petróleo no país até 2015, atrás apenas da própria Petrobras. Hoje, a  custa dos mais de US$ 7 bilhões de investimentos já feitos no país, sua capacidade gira em torno dos 38 mil barris de petróleo/ dia. O objetivo dos britânicos é chegar perto dos 100 mil barris diários até dezembro de 2015. O grande salto, no entanto, está previsto para a segunda metade da década: 600 mil barris. Este é o número cabalístico com que os ingleses trabalham para 2020. Para onde quer que se olhe, a BG ostenta cifras alentadas. Somente em pesquisa e desenvolvimento, deverá desembolsar quase US$ 2 bilhões nos próximos dez anos. O país será um dos centros mundiais de tecnologia da empresa ? entre outros projetos, recentemente a BG anunciou uma parceria com o Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da Universidade Federal da Bahia. Os aportes são proporcionais a s expectativas do grupo. Hoje, a subsidiária responde por menos de 10% da produção global da BG. No entanto, os ingleses acreditam que, até 2030, a cada dois barris diários de petróleo, um virá do Brasil. Ressalte-se que o aumento dos investimentos no Brasil contrasta com o período de fortes prejuízos globais da BG. Somente no quarto trimestre do ano passado, o grupo amargou perdas superiores a US$ 1 bilhão, contra um lucro de quase US$ 1,8 bilhão em igual período em 2012. A inversão do resultado se deveu, sobretudo, a baixas contábeis acima de US$ 3 bilhões. Diga-se de passagem, são números que só aumentam a responsabilidade da subsidiária brasileira.

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