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Votorantim espreme o Grupo Fischer contra a parede

  • 4/10/2011
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Há um forte sabor de azedo nas relações entre os Ermírio de Moraes e a família Fischer, que, em maio do ano passado, acertaram a fusão entre a Citrovita e a Citrosuco . O Votorantim está usando todo o seu peso para pressionar os sócios e alterar a composição acionária da nova companhia. O grupo desistiu de dividir esta laranja em partes iguais. Em vez do modelo fifty to fifty, os Ermírio de Moraes querem ser sócios majoritários do negócio. Pretendem ficar com 60% do capital ordinário. O que está em jogo é uma disputa por poder na maior processadora de suco de laranja do mundo – com um faturamento anual na casa dos R$ 2 bilhões e cerca de 25% do mercado mundial. Ao mesmo tempo, o clã entende que os Fischer não terão disposição para acompanhar de igual para igual os investimentos que serão feitos na empresa. Não deixa de ser um paradoxo, uma vez que a Citrosuco , do Grupo Fischer , desembarcou na operação com faturamento e market share maiores do que os da Citrovita, do Votorantim. Para os Ermírio de Moraes, no entanto, isso é apenas um detalhe. Na sua conta, a última linha, o que vale mesmo, é o tamanho do Votorantim comparado ao do Grupo Fischer. Na hora H, a família está convicta de que acabará desembolsando mais dinheiro na operação do que seus sócios. Procurada, a Citrovita não quis comentar o assunto. A Citrosuco, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento desta edição. O mais curioso é que, formalmente, a fusão entre as duas empresas não ocorreu. Um ano e quatro meses após o anúncio do casório entre a Citrovita e a Citrosuco, o Cade ainda não julgou a operação. Não obstante o ritmo de quelônio do órgão antitruste, o projeto de expansão da nova empresa está pronto não é de hoje. Ele prevê um desembolso de US$ 400 milhões nos próximos três anos. Os planos envolvem a abertura de fábricas nos Estados Unidos e no Leste da Europa. Mas tudo isso é um refresco ralo se comparado ao grande projeto da companhia. Seu maior alvo é a China. Além de desembarcar em um mercado com mais de 1,4 bilhão de consumidores, os Ermírio de Moraes e os Fischer querem usar sua entrada no país como uma forma de frear o ímpeto expansionista de fabricantes chineses em outros países da asia

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