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Acervo RR
O insaciável Edson Bueno, dono da Amil, está com uma seringa em cada mão, pronto para mais uma aquisição. Por meio da Diagnósticos da América (Dasa), da qual é o principal acionista, negocia a compra da rede de laboratórios mineira Hermes Pardini. O mandato estaria nas mãos do Credit Suisse. A operação gira em torno de R$ 1 bilhão. Além do pagamento em dinheiro, a família Pardini ficaria com uma participação minoritária na empresa. Com a incorporação, a Dasa herdará 25 laboratórios na Região Metropolitana de Belo Horizonte, preenchendo uma lacuna importante em seu mapa de atuação. A companhia tem apenas uma unidade de atendimento na capital mineira. Seu faturamento passará de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,1 bilhões por ano. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o Hermes Pardini negou qualquer negociação de venda. A Dasa, por sua vez, informou que “não se manifesta sobre especulações de mercado”. Além da sua importância per si, a compra do Hermes Pardini terá um valor adicional para a Dasa: tirar de mercado um dos últimos laboratórios capazes de fazer diferença no ranking do setor e, não por outra razão, um ativo dos mais cobiçados. Não é de hoje que o Hermes Pardini é cortejado pelo maior concorrente da Dasa: o Fleury. No ano passado, a companhia teria feito uma oferta pela rede mineira. Na ocasião, houve um episódio que sangrou a relação entre as duas empresas ? ver RR – Negócios & Finanças edição nº 3.883. O diretor de finanças e RI do Fleury, Fábio Marchiori, declarou a mídia que a companhia ?estava muito próxima do Hermes Pardini?. A família Pardini interpretou a indiscrição do executivo como uma atitude deliberada com o objetivo de pressionar por uma decisão sobre a venda do laboratório. Neste duelo particular entre as duas maiores redes de análises clínicas do país, no momento a balança pende para o lado da Dasa. O Fleury jamais desistiu da compra do Hermes Pardini, mas seu estômago tem limite. A companhia paulista ainda está a s voltas com a digestão da rede de laboratórios Labs, comprada no fim do ano passado por mais de R$ 1 bilhão. A investida da Dasa se dá em um momento no qual o Hermes Pardini está longe das suas melhores taxas de colesterol e glicose. Desde o início do ano, a empresa mineira passa por uma reestruturação. Neste período, fechou quatro laboratórios deficitários. As mudanças envolveram também a gestão da companhia. O Hermes Pardini afastou três conselheiros independentes, promoveu um troca-troca na diretoria executiva e ainda teria demitido cerca de 400 funcionários.
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