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A tragédia de Mariana não tem fim. O Ministério Público Federal e o Ministério Público de Minas Gerais já se mobilizam para acionar a Justiça, pedindo o aumento da multa imposta à Fundação Renova pelo descumprimento de decisões judiciais anteriores. Na semana passada, a 4ª Vara Federal Cível e Agrária de Belo Horizonte aplicou uma sanção de R$ 250 mil contra a entidade por litigância de má fé e por ignorar reiteradamente determinações da Justiça. A Fundação Renova – biombo atrás do qual os verdadeiros culpados pelo desastre, Vale e sua sócia BHP, se escondem – tem negado indevidamente direitos já concedidos às vítimas da tragédia. A entidade, por exemplo, interrompeu, sem qualquer justificativa, o pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) aos atingidos que aderiram ao Novo Sistema Indenizatório (Novel). Segundo uma fonte do MPF, a Fundação tem descumprido acordos já firmados com a vítimas e também rechaçado novas reivindicações. Uma delas é que o pagamento do AFE seja estendido, com valores retroativos a 2015, àqueles que nunca receberam o benefício, mas se encaixam nos critérios estabelecidos. Procurada pelo RR, a Fundação Renova limitou-se a dizer que “se manifestará nos autos do processo dentro do prazo legal”.
Enquanto o Ministério Público e a Justiça cobram da Vale e da BHP o que ambas insistem em não pagar, as vítimas fazem o que podem fazer: protestar e jogar foco sobre os responsáveis por 19 mortos e por incontáveis prejuízos socioambientais. A recente manifestação na entrada das instalações da Vale no bairro Jardim Camburi, em Vitória (ES), é apenas o começo. O Movimento dos Atingidos por Barragens estaria organizando atos em diversas sedes e minas da empresa em outros estados. Os mais exaltados falam em paralisar atividades da companhia.
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