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China aumenta voltagem dos seus investimentos em energia limpa no Brasil

  • 6/01/2025
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está em conversações com o governo chinês em torno de um acordo para o financiamento de projetos em transição energética no Brasil. As tratativas passam pelo China Investment Corporation (CIC), o fundo soberano do país asiático, um potentado com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos. A ideia é que o CIC se associe a grupos chineses para a construção, sobretudo, de usinas solares e eólicas, além de empreendimentos futuros no segmento de hidrogênio verde.

No Ministério, existe uma expectativa de que a parceria não apenas impulsione investimentos de empresas que já atuam no Brasil, mas também estimule a chegada de novos players. O primeiro grupo é encabeçado pela State Grid, CTG (China Three Gorges) e SPIC (State Power Investment Corporation). No segundo caso, as atenções se voltam para a Energy China International, que já anunciou a intenção de aportar cerca de US$ 10 bilhões em projetos de transmissão e energia limpa no país.

Do portfólio total do CIC, algo como 22% estão alocados em títulos privados, notadamente empresas chinesas. A área de energia ainda tem um pedaço pequeno da carteira de investimentos da instituição, não superior a 4,2%. No entanto, essa participação praticamente dobrou no último ano – geração renovável está entre os setores de maior potencial e considerados prioritários pelo fundo soberano chinês.

Ressalte-se que a China é o país que mais investe em energia limpa no mundo – em 2023, foram US$ 676 bilhões, 38% dos aportes globais no segmento. No caso específico do Brasil, não dá mesmo para pensar em transição energética sem capital chinês. Entre 2007 e 2023, empresas de energia do país asiático desembolsaram algo em torno de US$ 34 bilhões por aqui, o equivalente a 45% do total de investimentos chineses no país nesse período.

As conversas em torno de um novo acordo entre Brasil e China começaram durante o G20, em novembro. Na ocasião, por sinal, o BNDES e o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) assinaram um memorando de entendimentos para o repasse de até R$ 16 bilhões a projetos em infraestrutura. Parte desses recursos será destinada a área de energia.

O AIIB é a segunda maior instituição financeira multilateral do mundo – atrás apenas do Banco Mundial. Reúne 48 países da Ásia e arredores e outros 50 chamados de membros não regionais, entre os quais o próprio Brasil. Não obstante essa Torre de Babel, na prática o que o BNDES firmou foi uma parceria com a China. Com sede em Pequim, o AIIB é um banco majoritariamente comandado por chineses – o país tem, disparadamente, o maior número de votos, 26% do total – e feito, sobretudo, para atender interesses chineses no mundo. E, como se sabe, Brasil e energia formam uma combinação do maior interesse para a China.

#China #Energia

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