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A direção da Cosan discute possíveis caminhos para destravar valor da Moove, sua subsidiária de lubrificantes. Segundo informações filtradas pelo RR, a hipótese que ganha corpo na cúpula do grupo é a venda de até 20% da empresa um investidor. Já existem, inclusive, sondagens junto a fundos de private equity.
A negociação direta de uma fatia do capital desponta como um Plano B após a frustrada tentativa de IPO da Moove em Nova York. A Cosan esperava captar mais de US$ 400 milhões com a oferta de ações – a companhia mirava um valuation de US$ 1,9 bilhão. Com as condições adversas do mercado, a operação foi para a gaveta, e o grupo de Rubens Ometto baixou um pouco a bola.
Agora, o alvo da Cosan seria levantar algo entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões com a entrada de um novo acionista. Procurada pelo RR, a empresa não quis se manifestar.
À primeira vista, a venda de parte da Moove para um investidor parece carregar uma contradição. A julgar pelas cifras que circulam na Cosan, os 100% da empresa estão precificados, no máximo, a US$ 1,5 bilhão, abaixo do patamar com que o grupo trabalhava para o IPO. Em tese, o mais recomendável seria esperar um momento mais propício para uma eventual retomada da oferta de ações na Nyse. Ocorre que o timing da Cosan mudou.
O conglomerado de Rubens Ometto carrega um desconfortável nível de alavancagem – a relação dívida líquida/Ebitda já é de quase três vezes. No caso da Raízen, a joint venture com a Shell, essa proporção é de 2,6 vezes. A geração de caixa tornou-se insuficiente para cobrir os custos da dívida, de R$ 35,9 bilhões – conforme informou o Pipeline, do Valor Econômico no último dia 9.
Por essa razão, há especulações no mercado sobre a venda da Raízen Power, que reúne usinas de geração distribuída e PCHs. E, não de hoje, existem informações sobre a possibilidade de a Cosan se desfazer de parte ou da totalidade da sua participação de 4,15% na Vale, hoje avaliada em algo próximo dos R$ 11 bilhões. A venda de parte da Moove, um ativo estratégico que faz parte do core business do grupo, entra nessa cruzada pela redução do passivo.
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