Promessas da Philip Morris se dissipam como fumaça

  • 9/04/2013
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Há cerca de duas semanas, a Philip Morris encaminhou a Tarso Genro um plano de expansão de suas operações no Rio Grande do Sul. As cifras colocadas sobre a mesa giram em torno de R$ 150 milhões. Os projetos incluem o aumento da capacidade industrial na fábrica de Santa Cruz do Sul, a construção de um laboratório de pesquisa e a compra de terras para a produção de tabaco. Tudo muito, tudo muito bem, mas, para o governo gaúcho, tudo é névoa, tudo é fumaça. Fosse outra empresa, é provável que Tarso Genro já estivesse capitalizando publicamente os investimentos e o seu impacto sobre a economia do estado. No entanto, em se tratando da Philip Morris, Genro não põe sequer um dedo em uma guimba de cigarro. Os projetos da companhia não apenas foram recebidos pelo governo com altíssima dose de ceticismo como, por mais paradoxal e inusitado que possa parecer, tiveram um efeito contrário a  fabricante de cigarros. A sinalização dos novos aportes apenas serviu para tensionar ainda mais as relações entre a Philip Morris e as autoridades gaúchas. Segundo fontes do próprio Palácio Piratini, o governo gaúcho ameaça rever benefícios fiscais concedidos a  empresa se, desta vez, os investimentos não forem efetuados. Procurada, a Philip Morris não retornou. A reação pode até soar como intempestiva e despropositada. No entanto, esta é mais uma batalha de uma guerra que se arrasta há mais de um ano. Tarso Genro e sua equipe já estão escolados com as promessas da Philip Morris. O novo pacote de investimentos apresentado pela companhia provocou uma sensação de déjá vu entre as autoridades gaúchas. Não é de hoje que a empresa garante que vai transformar seu complexo industrial de Santa Cruz do Sul em centro de produção para toda a América Latina e parte da africa. O mesmo vale para a promessa de produzir no Rio Grande do Sul os chamados cigarros de classe mundial. Até mesmo o que já começou a sair do papel gera desconfiança no governo. A Philip Morris garante inaugurar o laboratório de pesquisas, cujas obras já foram iniciadas, no segundo semestre de 2014. O problema é que o projeto estava prometido para este ano.

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