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Cyrela inicia a ocupação dos imóveis da Camargo Corrêa

  • 5/04/2011
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O empresário Elie Horn é um homem obcecado. Pensa no mesmo assunto 24 horas por segundo: fechar uma aquisição de peso que permita a  Cyrela voltar ao topo do ranking das construtoras e incorporadoras. Além da Even – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.021 -, a empresa estaria negociando a compra da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI). O negócio giraria em torno de R$ 1 bilhão, o que representaria um prêmio de controle sobre o valor em bolsa da ordem de 30%. Os herdeiros de Sebastião Camargo detêm 66% da empresa – o restante está pulverizado em Bolsa. Com a eventual aquisição, o faturamento da Cyrela passará de R$ 4,9 bilhões para R$ 6 bilhões, tomando-se como base os resultados de 2010. Seria o suficiente para a empresa ultrapassar a PDG Realty no ranking, ainda que no photochart. A concorrente faturou cerca de R$ 5,8 bilhões no ano passado. Com o negócio, a Cyrela aumentaria em quase 20% o seu banco de terrenos, hoje em torno de R$ 43 bilhões. O chamado land bank da CCDI soma R$ 8,5 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Este é um dos ativos mais cobiçados da empresa, em parte pela localização dos terrenos ? a maior parte está concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além disso, o equivalente a R$ 1,7 bilhão deste valor se refere a  HM Engenharia, braço de habitação popular da CCDI. Ou seja: quem comprar a subsidiária da Camargo Corrêa leva dois por um, herdando uma empresa com relativa inserção nas classes C e D. A Camargo Corrêa chegou a ensaiar a venda da CCDI em 2009 e no início de 2010, mas desistiu por conta dos efeitos da crise mundial e a consequente depreciação do ativo. Desta vez, no entanto, o cenário é diferente. Depois de atravessar um período pedregoso, a CCDI tornou-se uma empresa mais atrativa graças a  recuperação alcançada em 2010. O faturamento cresceu 100%. O lucro líquido, de R$ 143 milhões, subiu 146%. A empresa chegou a R$ 1,391 bilhão em lançamentos, sua melhor marca histórica. No entanto, o esforço para a reestruturação deixou marcas na companhia. A dívida líquida cresceu 85% nos últimos 12 meses, alcançando o patamar de R$ 522 milhões. No mesmo período, o patrimônio líquido permaneceu estagnado, na casa dos R$ 777 milhões.

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