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Destaque

Grupo Comporte negocia com governo do Rio para ficar com a Supervia

5/05/2023
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O Grupo Comporte – da família Constantino, fundadora da Gol – desponta como forte candidato a assumir a Supervia. Segundo o RR apurou, a empresa já teria iniciado conversações com o governo do Rio de Janeiro para ficar com a concessão do transporte de trens urbanos da capital no lugar da Mitsui, que decidiu deixar a operação. De acordo com a mesma fonte, um dos possíveis caminhos para a concretização do negócio seria a venda da Supervia para o Comporte – muito provavelmente por um valor simbólico. Esse modelo dispensaria a necessidade de um lento processo de relicitação. Há “jurisprudência” no setor. Em 2021, o Mubadala assumiu o Metrô do Rio, que pertencia à Invepar, sem ter de passar por um novo leilão. Na ocasião, parte da dívida da holding de infraestrutura com o fundo árabe foi trocada pelo controle da concessionária Metrô Rio.  

O Grupo Comporte tem raízes em empresas de ônibus, exatamente a origem do empresário Nenê Constantino, patriarca do clã. Dona de companhias como Expresso União, Princesa do Norte e VCB Transportes, a holding arrematou, no fim do ano passado, a concessão do metrô de Belo Horizonte, pagando R$ 25,7 milhões. No caso da Supervia, o “pedágio” será muito maior. Caso as conversas com o governo do Rio avancem, o Grupo Comporte vai pilotar um negócio deficitário, endividado e que ainda carrega peculiaridades típicas do Rio de Janeiro – no ano passado, a empresa teve um prejuízo de R$ 12 milhões com o roubo de cabos de energia. Os atuais indicadores financeiros da Supervia estão trancados a sete chaves. O último balanço divulgado pela companhia foi em 2020. No ano seguinte, a concessionária entrou em recuperação judicial com uma dívida superior a R$ 1,2 bilhão. A pandemia piorou o que já estava ruim. Até então, os trens da Supervia transportavam cerca de 600 mil passageiros/dia. Hoje, a média gira em torno dos 350 mil. Há ainda um gap de investimentos na operação. Segundo estudo do próprio governo do Rio, entre 2010 e 2020 a concessionária deixou de investir cerca de R$ 300 milhões previstos em contrato. 

#Grupo Comporte #Invepar #Mubadala #Supervia

Transporte

Supervia se revela um “Galeão sobre trilhos”

27/04/2023
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A decisão da Mitsui de devolver a concessão da Supervia traz a reboque o fantasma de um apagão em um dos eixos fundamentais do transporte público do Rio de Janeiro. Desde o início da tarde, quando o ofício enviado pelo grupo japonês à Secretaria Estadual de Transportes veio a público, uma das principais preocupações do governador Claudio Castro e de seus assessores é mitigar a percepção de risco na continuidade dos serviços de trens urbanos no Rio. Trata-se de uma comunicação complexa, dada a armadilha que situações como essa costumam trazer. Quanto mais mensagens de que serão adotadas providências para evitar problemas no funcionamento dos trens maior o foco justamente na possibilidade de existirem problemas.  

Vai ser difícil Castro tirar esse descarrilamento da sua conta. Não foi por falta de aviso. Segundo informações apuradas pelo RR, há meses a Mitsui vinha sinalizando às autoridades a intenção de devolver a concessão da Supervia. Mesmo assim, a gestão de Castro mostrou-se leniente para se antecipar ao problema. O episódio configura mais um revés do governo do Rio na administração do transporte público. Em novembro do ano passado, a CCR anunciou que interromperia as atividades do sistema de Barcas entre Rio e Niterói, o que forçou o estado a costurar às pressas um acordo com a companhia, reconhecendo dívidas e se comprometendo a pagar indenizações à concessionária. Com isso, garantiu a duras penas a permanência da CCR por mais dois anos. Segundo fonte próxima à Mitsui, a empresa não estaria disposta a seguir o mesmo caminho, o que força o governo a achar soluções rápidas. Uma hipótese seria o estado encampar a Supervia, assumindo a gestão dos trens urbanos ao menos até uma nova licitação. O problema é que essa medida não seria tão simples assim. Esse movimento precisaria da anuência dos órgãos reguladores e, sobretudo, do Tribunal de Contas do Estado. Seria também uma confissão de fracasso. A outra saída, uma relicitação rápida, surge como algo ainda mais difícil de ser executado. Os casos similares mostram que processos como esse demoram muito e têm de atravessar as mais diversas burocracias.  

Guardadas as devidas proporções, a Supervia desponta como uma espécie de “Galeão sobre Trilhos”. Como se sabe, a concessionária do aeroporto, a Changi, quer devolver a concessão, devido à inviabilidade da operação diante do reduzido número de voos do Galão. A diferença é que o caso da Supervia é muito pior, pelo seu impacto social. A concessionária transporta mais de 400 mil passageiros por dia em sua malha de 270 quilômetros. Ao contrário do perfil dominante entre os frequentadores do Galeão, os usuários da Supervia vêm das camadas mais pobres da população. 

O caso já começa a ter seus primeiros desdobramentos de ordem política. Durante a tarde de hoje o presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Dionisio Lins (Progressistas), já iniciou articulações para a criação de um grupo de intervenção e transição, com o objetivo de acompanhar o processo de saída da Mitsui e seus desdobramentos sobre a operação.  

#Alerj #CCR #Claudio Castro #Dionisio Lins #Mitsui #Supervia #Transporte público

Coreografia

8/07/2020
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No mesmo dia em que a Supervia, leia-se, Mitsui, alertou estar às portas de um colapso financeiro, o Metrô do Rio anunciou que só tem caixa para mais dois meses. Ao que tudo indica, a narrativa para uma fusão entre as duas empresas já está nos trilhos.

#Mitsui #Supervia

M&A sobre trilhos

8/06/2020
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No que depender dos fundos abutres acionistas da Invepar, só há um caminho para contornar a crise financeira do Metrô-Rio com a pandemia: juntar seus trilhos aos da Supervia, a empresa de trens urbanos controlada pela Mitsui.

#Invepar #Mitsui #Supervia

Antes que o trem descarrile de vez

20/04/2020
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A Supervia – leia-se Mitsui – estaria prestes a selar um acordo com o BNDES para suspender o pagamento de empréstimos junto ao banco ao menos até outubro. Mas não basta. A operadora de trens urbanos negocia com o governo do Rio a interrupção do pagamento de antigos passivos junto ao Estado – parte expressiva deles da época em que a empresa ainda era estatal. A Mitsui tenta empurrar para a última estação a medida que lhe doeria diretamente no bolso: uma injeção de capital na Supervia. A situação é delicadíssima: com a quarentena, a receita da concessionária despencou em 80%.

#BNDES #Mitsui #Supervia

CCR trafega entre os trilhos da Invepar e da Supervia

6/04/2018
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Sergio Andrade e as herdeiras de Sebastião Camargo “laranjaram” sua delação na voz de prepostos, terceirizaram sua culpabilidade e agora, ainda que por vias oblíquas, parecem comprovar que o malfeito às vezes compensa. O elogio à esperteza e à dissimulação ganha forma por meio de um grande projeto de consolidação na área de concessões públicas capitaneado, indiretamente, por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Controlada pelas duas empreiteiras, a CCR avança simultaneamente sobre a Invepar, leia-se OAS e fundos de pensão, e a Supervia, pertencente à Odebrecht.

A dupla aquisição daria à empresa a supremacia do transporte sobre trilhos no Grande Rio, juntando sob o mesmo guarda-chuva as concessões do Metrô e dos trens urbanos da cidade – leia-se uma receita somada da ordem de R$ 1,4 bilhão/ano e uma média de aproximadamente 1,2 milhão de passageiros/dia. Mais do que isso: a CCR se firmaria como o grande grupo privado de transporte público do Rio, detentor de boa parte do direito de ir e vir do carioca – a empresa é acionista também das Barcas S/A e do VLT. Nada contra a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa, mas a possibilidade da dupla enfeixar a Invepar e a Supervia confirma o quanto o Brasil é mesmo macunaímico.

A Lava Jato da qual Sergio Andrade e as “meninas” da Camargo conseguiram se evadir é a mesma que empurra a Invepar e a Supervia para o seu colo. É possível dizer que as duas empresas só estão no balcão devido ao efeito devastador da Operação sobre seus respectivos acionistas. Depois de se desfazer das suas participações no Galeão e na Embraport, a Odebrecht Transports se vê obrigada a colocar à venda o controle da Supervia. Por sua vez, a negociação da Invepar é resultado do desmonte da OAS, que entrou em recuperação judicial com uma dívida de quase R$ 10 bilhões.

No caso da Invepar, a conjugação de fatos favoráveis à Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa é ainda mais contundente. A CCR sempre correu por fora na disputa pela empresa. Agora, no entanto, passou a uma posição privilegiada. Segundo o RR apurou, as negociações entre o Mubadala, a OAS e o trio Previ,Petros e Funcef perdeu fôlego depois que o fundo árabe se uniu à francesa Vinci. Esta entendeu que as cifras da operação estavam altas demais. Resultado: o Mubadala recuou, reduzindo o valor apresentado originalmente. Além da posição hegemônica no Rio, a compra da Invepar teria outro importante benefício para a CCR e seus acionistas. Hoje, o portfólio de ativos da empresa tem um tempo curto de duração: a maior parte das concessões vencerá entre cinco e dez anos. Por  sua vez, a carteira de ativos da Invepar é mais longeva, com vencimento médio em 20 anos.

#CCR #Invepar #Supervia

Mubadala é a conexão entre os trens da Supervia e da Invepar

16/02/2017
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O avanço sobre a participação da OAS na Invepar é apenas uma das peças do quebra-cabeças que o Mubadala pretende montar no transporte de passageiros no Rio. O mosaico se completaria com a entrada no capital da Supervia, leia-se Odebrecht Transportes. Com o duplo bilhete, caberia ao fundo de Abu Dhabi costurar a fusão entre as duas empresas e criar uma das maiores concessionárias de transporte urbano do país, com o controle do metrô e dos trens na cidade. Esse caminho conta com a simpatia de Previ, Funcef e Petros, os demais sócios da Invepar. Além de fazer o maior sentido do ponto de vista econômico e viário, a associação teria ainda a função de higienizar a imagem das duas empresas, afetada pelo tsunami da Lava Jato sobre os seus respectivos controladores.

#Invepar #Lava Jato #OAS #Supervia

Acervo RR

Trilhos cruzados

27/12/2016
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Há articulações, ainda embrionárias, para a fusão entre a Invepar, operadora do Metrô do Rio, e a Supervia, concessionária de trens urbanos da cidade. A operação se daria com o embarque de um investidor no capital da nova empresa. Não custa lembrar que, recentemente, a Brookfield tentou comprar a parte da OAS na Invepar. Procurada, a Supervia nega a operação.

A Invepar, por sua vez, não quis se pronunciar. A fusão é vista com bons olhos por Previ, Petros e Funcef, donas de 75% da Invepar. O trio aproveitaria a operação para reduzir sua participação em um negócio que tem exigido sucessivos aportes de capital. O acordo funcionaria ainda como uma solução para a delicada situação financeira da Supervia. A Light chegou a entrar com um pedido de falência da companhia por uma dívida de R$ 38 milhões.

#Brookfield #Invepar #OAS #Supervia

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