Política

Tarcísio quer transformar renegociação da dívida dos estados em crédito eleitoral

  • 19/03/2024
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O “pseudo acordo” entre o Ministério da Fazenda e os governos estaduais para renegociação das dívidas, publicado na edição de hoje do Globo, ainda tem muita água para correr ainda em direção ao mar. A negociação será complicada porque o governo propõe a indexação pelo IPCA mais juros de 4% ou a Selic integral. São percentuais maiores do que os pleiteados pelos estados do Sul e do Sudeste, da ordem de 3%. As dívidas mais altas em ordem decrescente são as do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A negociação faz parte do jogo político. Mas o que chama atenção é o oportunismo do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, que não tem seu débito sequer classificado entre os 10 maiores do país. O comandante da paulicéia tem se aproveitado da circunstância para fazer uma barulhão em favor do escalonamento da dívida do seu estado. “Farinha de sobra, meu pirão primeiro”, é o lema de Freitas.

Ocorre que o governador enxerga na frente. Como o débito de São Paulo é, proporcionalmente, o maior em relação ao PIB, Tarcísio Freitas poderá dizer, quando do seu interesse, que aumentou a renda per capita do cidadão bandeirante. Os paulistas, assim, ainda que contabilmente, ficariam mais ricos durante seu governo. Freitas é um dos principais candidatos à herança eleitoral do capitão Jair Bolsonaro. E tem mais: São Paulo é um dos estados que têm condições de dar as melhores garantias, afetando menos o balanço da União. A renegociação das dívidas estaduais meio que atinge as contas públicas. Na verdade, o resultado é quase um empate, já que, por um lado, amplia o passivo da dívida pública, e, por outro, assegura o crédito junto aos estados. Outro diferencial é a qualidade das garantias. Freitas não vai dar de barato essa renegociação, que, ainda que tratada com discrição, tem por objetivo a eleição presidencial de 2026.

#Tarcísio Freitas

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