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CNova é um fardo sobre a venda do Pão de Açúcar
Há uma peça solta na engrenagem de venda do Grupo Pão de Açúcar (GPA): a CNova, braço de e-commerce do Casino. O GPA tem 34% do capital – o restante pertence ao grupo francês. Entre os próprios executivos da rede brasileira, há um consenso de que essa participação mais atrapalha do que ajuda no valuation para a venda do controle da rede varejista. A CNova carrega mais de 600 milhões de euros em dívidas e está no meio de um intrincado processo de conciliação com seus credores no Tribunal Comercial de Paris. Nos últimos dois anos, a companhia perdeu 75% do seu valor de mercado.
- Some-se o fato de que o cruzamento societário com a CNova só faz sentido enquanto o Casino for o dono do Pão de Açúcar – o que não deve durar muito. A princípio, o futuro dono da rede de supermercados brasileira não teria vantagens em carregar uma participação em uma empresa que reúne as operações digitais do grupo francês. A alternativa sobre a mesa é resgatar um projeto que os franceses chegaram a ensaiar em meados de 2021: a venda separada da participação do Pão de Açúcar na CNova. Antes o Casino tivesse levado o plano adiante há dois anos: de lá para cá, o valor da participação da GPA na companhia de e-commerce caiu de aproximadamente R$ 7 bilhões para R$ 1,9 bilhão. Procurado pelo RR, o Pão de Açúcar não quis se manifestar.
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