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Petros e aposentados acendem o cachimbo da paz

  • 11/02/2015
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Ainda que por vias transversas, os aposentados da Petrobras vão dar sua cota de contribuição a  companhia em meio a  maior crise institucional e financeira da sua história. A própria direção da Petros acredita estar perto de colocar um ponto final num longo imbróglio jurídico e fechar uma negociação doméstica que trará alívio para o seu caixa e, consequentemente, o da própria estatal. Na área jurídica da fundação, já se dá como certo um acordo em massa com os beneficiários do plano de Benefício Definido (BD) que há anos travam uma disputa com a entidade nos tribunais – algumas ações já levam mais de uma década. Estes participantes exigem um aumento de seus benefícios da ordem de 20% sob a alegação de que o fundo de pensão não teria repassado os reajustes concedidos pela Petrobras aos funcionários da ativa, como determinam as regras do plano BD. No início do ano, a Petros apresentou uma proposta de elevação dos proventos entre 11,5% e 12,5%. Ao que tudo indica, os associados da Petros cansaram de brigar, até porque os índices colocados sobre a mesa estão razoavelmente acima do que a fundação havia cogitado inicialmente – em torno de 8%. Um grupo de beneficiários já sinalizou o encerramento das ações, o que, no entendimento, da Petros, abrirá o caminho para um acordo coletivo. Caso o armistício seja efetivamente selado, as contas do fundo de pensão e da própria Petrobras agradecem. O reajuste entre 11,5% e 12,5% já terá um impacto atuarial considerável para a Petros, algo entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões. Não é pouco, mas, ainda assim, trata-se de um valor bem mais digerível do que os até R$ 8 bilhões que podem cair sobre os ombros da fundação no caso de um reajuste de 20% nos planos BD. 1, 2, 3, isola… Os executivos da fundação e da Petrobras batem na madeira só de pensar nesta hipótese – por sorte, cada vez mais distante. Já basta o abacaxi financeiro que a Petros e sua mantenedora terão de descascar. O déficit atuarial acumulado pelo fundo de previdência privada desde janeiro de 2013 já teria ultrapassado a marca dos R$ 6 bilhões. Pela lei, o buraco terá de ser tampado conjuntamente pela fundação e pela estatal. Ao menos, ao que tudo indica, os aposentados da Petrobras vão fazer a sua parte.

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