Credores empurram Shree Renuka contra a parede

  • 28/10/2014
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Até quando a indiana Shree Renuka terá estômago para perder tanto dinheiro e suportar tamanho martírio no Brasil? A extensa lista de sinistros do grupo sucroalcooleiro parece não ter fim. O mais novo revés diz respeito a  renegociação das dívidas da subsidiária Renuka do Brasil, processo fundamental para o próprio futuro da companhia. Até o momento, menos da metade dos credores teria concordado com as condições propostas pela companhia. A maioria das instituições financeiras rechaça a hipótese de um período de carência para o início do pagamento das dívidas, prazo este que poderia chegar a 30 meses. Os bancos também condicionam um acordo a um aporte de capital da Shree Renuka na subsidiária. Nas entrelinhas, exigem dos indianos uma espécie de carta-fiança: a injeção de recursos seria uma garantia em relação a  própria continuidade das operações da empresa no Brasil. Os credores da Renuka do Brasil – uma lista que inclui Santander, Banco do Brasil, Banco Votorantim, entre outros – sabem bem onde estão pisando. No início do ano, um dos acionistas controladores da Shree Renuka – a Wilmar, trading com sede em Cingapura – acenou com um aporte na operação brasileira. O dinheiro nunca chegou. Ressalte-se ainda que esta é a terceira vez, em quatro anos, que os indianos sentam frente a frente com as instituições financeiras para renegociar seus passivos. No intervalo entre um acordo e outro, a bola de neve só faz crescer. Uma das maiores produtoras de açúcar e etanol da asia, a Shree Renuka não sabe o que é ganhar dinheiro desde que chegou ao Brasil. Em quatro safras, perdeu mais de R$ 850 milhões. No último exercício, encerrado em março, bateu o recorde de prejuízo em um único ciclo: R$ 306 milhões. O passivo, em torno de R$ 1 bilhão, já equivale a uma vez e meia o faturamento anual.

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