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Cesar Mata Pires olha para a OAS e enxerga uma dízima periódica. Cada decimal após a vírgula representa uma casa a mais no processo de diversificação estratégica do grupo conduzido pelo empreiteiro nos últimos anos. Depois das concessões rodoviárias (Invepar), dos negócios em exploração e produção de petróleo e até da construção e gestão de arenas esportivas, a bola da vez é a área de saneamento. Mata Pires quer cravar uma aquisição capaz de fazer da OAS Soluções Ambientais um dos três maiores players privados do setor. Neste caso, o rio corre na direção da Aegea, braço de saneamento do Grupo Equipav. A OAS estaria negociando a compra de 51% da empresa. A aquisição irrigaria consideravelmente a operação do grupo baiano neste segmento. A Aegea reúne concessões de saneamento em 32 cidades de seis estados, que somam uma receita de aproximadamente R$ 400 milhões por ano. Nada mal para uma companhia como a OAS Soluções Ambientais, que tem apenas dois ativos: a Samar, detentora da concessão de água e esgoto em Araçatuba (SP), com menos de 200 mil habitantes, e a Epasa, distribuidora de água em Lima, no Peru. Oficialmente, tanto a OAS quanto o Grupo Equipav negam as negociações. No entanto, segundo uma fonte ligada a empreiteira baiana, as conversações envolveriam ainda outras três pontas: o IFC, braço privado do Banco Mundial, o Fundo de Investimento do Governo de Cingapura (GIC) e o Global Infrastructure Fund (GIF). Sócio minoritário da Aegea, o trio deverá se desfazer de boa parte de suas ações. O Grupo Equipav permaneceria no negócio como o segundo principal acionista. Se, para a OAS, a operação representaria um salto na área de saneamento, hoje um negócio ainda incipiente dentro do grupo, para a Aegea poderá significar o fim das incertezas que a cercam há mais de um ano. Neste período, o Grupo Equipav atirou para os mais diversos lados: ensaiou uma associação com a CAB Ambiental ? ver RR edição nº 4.739 ?, solicitou a CVM registrou para a abertura de capital da subsidiária e flertou com a possibilidade de venda do controle, ideia que agora volta a tona com força redobrada por conta da investida da OAS. A chegada do grupo baiano daria fôlego extra para a Aegea deslanchar seu plano de investimentos, que prevê o desembolso de R$ 2,5 bilhões até 2018.
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