Se a medição da qualidade de um governo fosse feita pelo número de concessões realizadas, a gestão Lula já estaria condenada por antecedência. De acordo com as expectativas criadas pela equipe econômica, o atual governo nadaria em novos leilões de infraestrutura. Por enquanto, parece que está se afogando. Pouco foi feito, e quase que exclusivamente nas áreas ferroviária e rodoviária. Mesmo assim, algumas receitas inclusas no orçamento, tais como R$ 34 bilhões de concessões ferroviárias, permanecem em dúvida. Para alcançar seu arquirrival, Jair Bolsonaro, Lula vai ter de pedalar muito. Em quatro anos, o governo Bolsonaro registrou 180 leilões e projetos, R$ 940,9 bilhões em expectativas de investimentos e R$ 184,2 bilhões em outorgas e bônus. Contudo, ao invés de correr atrás das concessões de infraestrutura, que podem ser realizadas com incremento da indústria e associadas a uma nova matriz de energia renovável, o BNDES, que deveria ser o principal estimulador dessas operações, fica anunciando bilhões de financiamentos aqui, bilhões acolá, como se tivesse uma tradição recente de colocar de pé todo dinheiro que gasta. O governo infelizmente não tem uma auditoria ou procuradoria dos investimentos que saem do gogó para lugar nenhum. Não é por outro motivo que existem mais de cinco mil obras paradas no Brasil. Se fossem concessões, as outorgas tinham sido pagas. E quem não tocasse seu  empreendimento pelo menos perdia alguma parte do dinheiro. Agora, mandem lá alguma autoridade superior para ver se a montanha de financiamentos do banco está servindo para levantar a economia física de que tanto o país precisa.