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Casan perde hidratação com a saída de Florianópolis

  • 5/01/2010
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O futuro da Casan está cada vez mais nas mãos do prefeito de Florianópolis, Dário Berger. A companhia de saneamento está ameaçada de perder o seu maior contrato de concessão e o equivalente a mais de 30% do seu faturamento. No que depender da vontade de Berger, o serviço de tratamento de água e esgoto da capital catarinense será municipalizado e, posteriormente, privatizado. No mínimo, ele terá um sócio para dividir o investimento. Nos bastidores, Berger trabalha com afinco para dobrar a resistência da Câmara de Vereadores e dos funcionários da Casan a  ruptura do contrato com a Casan. Curiosamente, Dário Berger e o governador catarinense, Luiz Henrique da Silveira, pertencem ao mesmo partido, o PMDB. No entanto, ao menos neste caso, a lógica do prefeito de Florianópolis não segue os interesses da sigla no estado. Sua prioridade é aumentar consideravelmente os investimentos em ampliação e modernização da rede de água e esgoto, o que não tem sido feito pela Casan. Se sair vitorioso em sua batalha pelo rompimento do contrato de concessão, Dário Berger abrirá uma fila de pretendentes a fazer o mesmo tipo de distrato. Nada menos do que 15 municípios, incluindo a maior cidade do estado, Joinville, já assumiram o serviço de saneamento. Outras dez seguem o mesmo curso. A eventual saída de Florianópolis deixará a porteira aberta, encorajando outras cidades a romper o acordo com a Casan. O pior é que o imbróglio pega a Casan em um momento delicado. A estatal viu o lucro despencar de 2007 para 2008 (caiu de R$ 54 milhões para R$ 18 milhões). Pelo andar da carruagem, deverá fechar 2009 com um número um pouco superior ao do ano passado. Entre janeiro e setembro, teve ganho de R$ 22 milhões. A debandada está jogando por terra o projeto do governador Luiz Henrique de privatizar a Casan. A ideia do governo era pegar carona nas discussões mundiais sobre o uso racional da água e, desta maneira, alavancar o valuation da empresa.

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