Reestruturação volta ao palco do Grupo Silvio Santos

  • 19/12/2013
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No mês em que o maior apresentador da história da TV brasileira completa 83 anos, o futuro do Grupo Silvio Santos está mais uma vez sobre a mesa. Nos últimos dias, o empresário, suas filhas e o sobrinho Guilherme Stoliar, presidente do conglomerado e histórico braço direito de Senor Abravanel, têm conversado com uma frequência superior a  habitual. Em pauta, um só assunto: a reestruturação dos negócios do grupo diga-se logo que no SBT ninguém mexe. A iminente venda da TV Alphaville motivada por questões de ordem regulatória deve ser a ponta de lança para a negociação de outros ativos. É grande a pressão da família para que Silvio se concentre quase que única e exclusivamente no SBT. Desde o triste desfecho do Banco PanAmericano, a estratégia de diversificação do grupo está em xeque e passou a ser alvo de constantes críticas por parte das próprias herdeiras do empresário. É pouco provável que o sorriso mais famoso do Brasil tenha dado o ar da graça nas recentes conversas entre Silvio Santos e suas herdeiras. O tema dói fundo ao empresário. Para Silvio, a reestruturação do grupo é um tabu, só superado por outro ainda maior: sua própria sucessão. Há cerca de dois anos, fragilizado pela hecatombe do PanAmericano, Senor Abravanel recuou de suas convicções mais profundas e aceitou contratar uma consultoria externa especializada em empresas familiares, a norte-americana Cambridge Advisors to Family Enterprise que, no Brasil, tem em seu currículo o processo que culminou na ascensão de André Gerdau Johannpe- ter ao comando da Gerdau. Na ocasião, além de apresentar um planejamento para a sucessão no grupo, a Cambridge teria recomendado a venda da Jequiti Cosméticos e do Hotel Jequitimar, no Guarujá. Mas logo Silvio voltou ao normal. Tal qual ocorria com os antigos calouros do apresentador, a campainha tocou e a Cambridge foi tirada do palco. O empresário deu de ombros a s principais sugestões da consultoria as francesas Avon e Coty chegaram a manifestar interesse na Jequiti, mas as tratativas não passaram sequer da primeira camada de pancake. Desta vez, no entanto, há um componente novo: mesmo que dentro de certos limites, as filhas de Silvio Santos vêm conquistando espaço na gestão das empresas. E a voz da segunda geração pressiona por mudanças. As herdeiras do empresário batem na tecla de que os demais negócios, embora rentáveis, são um fator de dispersão em relação a  joia da coroa, o SBT, que, depois de alguns percalços, voltou a viver bons momentos no ano passado, rompeu a barreira de R$ 1 bilhão em faturamento. Consultado sobre a reestruturação e a possível venda de ativos, o Grupo Silvio Santos disse “não confirmar a informação”. Segundo fontes próximas ao grupo, as filhas de Silvio defendem a venda de parte ou até mesmo da totalidade da Sisan Empreendimentos Imobiliários. Nascida da costela do próprio grupo, para administrar os imóveis de suas empresas, a Sisan tem hoje uma razoável carteira de projetos, tanto no segmento residencial quanto no comercial. Depois da Sisan, chegaria a hora da Jequiti e do Hotel Jequitimar. Bem, em se tratando de Silvio Santos, sublinhe-se o verbo no futuro do pretérito.

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