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Banco ABC Brasil busca uma saída para a sua – primavera árabe –

  • 16/12/2011
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A diretoria e o Conselho de Administração do Banco ABC Brasil têm mantido uma intensa agenda de discussões. Há um consenso de que a instituição está diante de um de seus maiores desafios desde que iniciou sua operação no país, em 1983, com a compra do Banco Roma, de Roberto Marinho. A missão é resgatar a reputação do ABC e a confiança do mercado, arranhadas com a recente crise na Líbia. Todos os caminhos apontam para um significativo aporte de capital do sócio controlador, o Arab Bank Corporation. Sediado no Bahrein, a instituição tem como acionistas o Banco Central da Líbia e o fundo soberano do Kuwait. Procurado pelo RR, o ABC Brasil informou que -não há aumento de capital previsto, pois a instituição já se encontra confortavelmente capitalizada, inclusive considerando- se a expansão prevista -. No entanto, segundo informações filtradas junto ao Banco Central, o Arab Bank teria manifestado a  autoridade monetária a intenção de injetar até R$ 500 milhões no ABC. O aporte seria uma demonstração de pujança e de compromisso de longo prazo com o Brasil. Além do seu valor simbólico, o aumento de capital permitiria ao banco dar um gás maior em sua principal atividade: os empréstimos para o segmento corporativo. Um dos principais artífices do aumento de capital seria o presidente do Conselho de Administração, Anwar Ali Al Mudhaf. O executivo tem excelente trânsito entre a cúpula do Arab Banking, onde ocupou diversos cargos, e o próprio BC líbio. Por muitos anos, foi consultor do Comitê de Finanças e Assuntos Econômicos do Parlamento do Kuwait. Persuadir o mercado talvez seja uma tarefa até fácil diante da necessidade do ABC Brasil de acabar com a cisma do Banco Central. Segundo uma fonte da autoridade monetária, o BC ainda prefere manter uma posição de cautela em relação a eventuais consequências da transição de governo na Líbia sobre as operações do ABC Brasil. Em setembro, no auge da caçada a Muamar Kadafi, a Advocacia-Geral da União determinou o bloqueio das ações e dos dividendos do banco e da ABC DTVM, alegando estar protegendo o interesse dos acionistas minoritários e dos clientes. Noves fora o possível excesso de zelo da autoridade monetária, os resultados do ABC Brasil jogam a favor do banco e da sua imagem. No terceiro trimestre deste ano, o lucro cresceu 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

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